Vinte e sete moradores de rua foram assassinados na região metropolitana de Goiânia desde agosto do ano passado. O número é mais do que o registrado em todo estado de São Paulo e deixa a capital goiana no posto de cidade com mais ocorrências desde tipo em todo o país.
A situação preocupante, e a possibilidade de existência de um grupo de extermínio, fez com que o governo federal se mobilizasse. A Secretaria Nacional de Direitos Humanos tem realizado trabalhos conjuntos com a assistência social da prefeitura e a investigação dos homicídios feita pela Polícia Civil.
Uma audiência pública foi realizada sobre o tema na Câmara Municipal e o secretário nacional, João Alves de Sousa, afirma que existe um extermínio de moradores de rua em Goiânia e que o problema neste ponto, é principalmente relacionado ao trabalho de segurança pública do governo estadual. “As mortes do último sábado colocaram Goiânia como a líder de mortes de moradores de rua no país. Foi aí que a gente teve que entrar em campo. Na prática, existe um problema de segurança pública. Hoje estar na rua em Goiânia é uma grande chance de você ser morto. Então indiferente do que ocasionou a pessoa ir para a rua, existe um problema de segurança pública,” analisou.
O delegado titular da delegacia de investigação de homicídios, Murilo Polatti, explica como está o processo de investigação dos homicídios cometidos e descarta a possibilidade de que um grupo específico esteja cometendo os crimes.
Dos 26 assassinatos em Goiânia, 10 já foram concluídos. Outros oito estão muito bem avançados. Nós apontamos que diante de todas investigações, em nenhum desses casos surgiu indícios de que haja um grupo voltado para exterminar pessoas em situação de rua.
O vereador Tayrone di Martino (PT) presidiu a audiência pública que discutiu a questão dos assassinatos de moradores de rua em Goiânia. Segundo ele, o trabalho deve ser feito pela prefeitura em conjunto com os governos estadual e federal. “Um está jogando a responsabilidade para cima do outro. O objetivo dessa audiência é escutar das nossas autoridades que tem responsabilidade direta para ver o que precisa ser feito. É um absurdo a gente continuar vivendo essa situação em Goiânia,” concluiu.