Fica a dica!!!!! Como o próprio nome já diz, é nosso espaço para sugestões. Vamos garimpar dicas de filmes, livros, discos, locais ou qualquer outra coisa que achamos que você, nosso ouvinte deva conhecer! Hoje nossa dica é a arte urbana do goiano Rustoff.
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Goiânia ilustrada
Quando estiver andando pela AvenidaGoiás, não se assuste se encontrar imagens de mulheres desnudas ou homens com cabeça de vacas. Não é nada pessoal. Pode chegar a ser uma intervenção. Na concepção do criador, são ações artísticas que ultrapassam a própria beleza da imagem e se transformam em questões culturais.
O dono dos cartazes, lambe-lambes e estêncil espalhados por toda a Goiânia é Diogo Rustoff, artista que acredita em um novo conceito da arte e o seu real papel para a mobilização urbana. E o trabalho é simples: nas tardes de domingo, ele e outros artistas visuais percorrem a capital pregando diversos tipos de intervenções em prédios e monumentos públicos, no chão, em postes, nos prédios em art déco do Centro e, é claro, em construções inacabadas.
Não achou a ideia intrigante? Então imagine estar passeando pelo setor marista e de repente, em uma lixeira, você se deparar com imagens de homens com pernas e chifre de bode ou casais que se beijam apaixonados, o que irá pensar? A ideia de Rustoff é justamente esta: provocar diversos sentimentos aos transeuntes e fazer da rua a sua galeria de arte.
Amanhã o artista promove um workshop de estêncil em Goiânia. Rustoffvai ensinar a técnica, preparação do desenho, manuseio de materiais e aplicações em suportes variados na Plus galeria. Serão dois dias de programação e cada aluno receberá um certificado ao final do curso.
Durante o workshop, o artista também apresenta seu processo de confecção dos moldes de estêncil, desde a criação da imagem, passando pelo corte até a aplicação para diversas finalidades: arte de rua, adesivos, estamparia e produção artística.
Pesquisador da técnica estêncil há sete anos, Rustoff faz parte da nova geração de artistas plásticos goianos. Com apenas 27 anos, ele já tem no currículo exposições em São Paulo e Goiânia, onde suas telas já foram expostas noMuseu de Arte de Goiânia (MAG) em 2011. Atualmente, seus trabalhos são vendidos exclusivamente na Plus galeria.
Em 2008 ele participou de uma exposição em comemoração ao dia do grafite, em São Paulo. De acordo com ele, aprendeu muito sobre estêncil, lambe-lambe e estamparia. Foi uma verdadeira troca de experiências e de contato entre diferentes artes. Além de colar pôsteres artísticos em diversos espaços públicos da capital, ele produz constantemente desde 2006 em telas.
Para o goiano, a rua tem um importante papel de ser um lugar comum entre as pessoas. As possibilidades são enormes. É no meio da cidade que os goianos se amontoam. Existe uma resposta imediata e um contato direto entre arte, intervenção e público. As ruas servem de pretexto para testar algum trabalho e analisar a reação das pessoas.
Rustoff costuma colar os desenhos onde os goianos menos esperam como nas lixeiras. E aí, de repente, no meio do cinza, há um rosto bem colorido olhando para as pessoas quem passam despercebidas. A técnica do estêncil, que o artista tanta prioriza, consiste em construir moldes para grafite, expressão mais popular da arte de rua.
No início dos anos 1980, artistas que trabalhavam com esse método desenvolveram o estêncil para obter mais rapidez nas pinturas. Rustoff começou a usar a técnica por causa do grafite, e se especializou ao longo do tempo, desenvolvendo moldes com materiais diversos e aplicações em suportes variados.