No último sábado (20), três pesos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia fizeram um motim dentro do Posto de Saúde, mantendo quatro servidores e oito pessoas como reféns. A ação durou até o início da manhã de domingo. Na manhã desta segunda-feira (22), o presidente da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep), Edemundo Dias, contou o que houve.

O dirigente revela que houve momentos de muita tensão. “Os presos começaram a beber álcool e eles foram perdendo o controle emocional, mas graças a Deus não houve nenhum dano aos reféns,” citou.

Edmundo disse que o motim aconteceu em decorrência de um erro do agente prisional, que levou os presos até o Posto de Saúde sozinho e com os detentos sem algemas. O presidente da Agesep disse que será instaurada uma sindicância para apurar a conduta do servidor. Em caso de dolo, ele poderá perder o emprego.

Diego Martins da Silva, 23, Fagner Araújo de Souza, 25, e Givaldo Lourenço dos Santos, 24, foram encaminhados a uma delegacia para a realização de exame de corpo de delito. Edmundo garantiu que nenhum deles receberá retaliações ilegais, como tortura, por conta da rebelião, mas que serão punidos rigorosamente pela lei. O presidente também adiantou que todos serão transferidos, mas não quis citar o destino de cada um deles.

Mudanças
Edmundo defendeu algumas mudanças no sistema carcerário. Para ele é necessário ocupar os presos, com trabalho ou estudos. Para isto, será construído um polo industrial dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia com capacidade para empregar quatro mil detentos.

Outra mudança que o presidente da Agsep pede é o fim do regime semiaberto. “Isto é um espaço para a impunidade,” criticou. Edmundo sugere que todos os presos cumpram suas penas integralmente.