Motoristas e patrões participaram de uma audiência de conciliação para que se tentasse chegar a um acordo e assim a greve no transporte coletivo pudesse ser findada. Uma reunião foi realizada na noite de quinta-feira (2). O encontro começou às 19 horas e terminou por volta da meia noite.
O desembargador que mediou as negociações sugeriu uma proposta de 9 % de reajuste no salário dos trabalhadores, além de aumento de 25% no ticket alimentação. Esta proposta foi aceita pelo Setransp, mas foi rejeitada pelos motoristas que queriam acréscimo de 10% de salário, além de aumento de 30% no ticket alimentação.
O presidente do Sindcoletivo, Carlos Alberto Luís dos Santos, comenta a proposta e destaca que o sindicato não tem como cobrar que os motoristas voltem ao trabalho. “Nós faremos o que for possível, mas o sindicato não tem atributos para forçar o trabalhador a sair de casa de madrugada para cumprir uma jornada de trabalho que ele está insatisfeito com ela,” salienta.
O vice-presidente do Setransp, Décio Caetano, lamenta a permanência da greve por conta da não viabilização de um acordo. “Mais uma vez as empresas cederam, atenderam a proposta feita pelo Tribunal de Justiça, mas infelizmente este esforço foi mais uma vez foi rejeitada pela categoria,” afirma.
De acordo com Décio, os índices oferecidos pelo Setransp estão acima dos reajustes recebidos por outras categorias.
Na audiência ficou determinado que 70% dos ônibus terão que estar circulando em horário de pico e nos demais horários 40%. Caso ocorra o descumprimento, os dois sindicatos que brigam judicialmente para representar a categoria, sindtransporte e Sindcoletivo terão que pagar uma multa diária de 50 mil reais.
O presidente do Sindtransporte, Alberto Magno, acredita que desta forma o sistema de transporte coletivo poderá ser normalizado. Ele defende o acordo com o Setransp. “A proposta é 2,23% acima do índice da inflação e o ticket dá praticamente três vezes a inflação,” lembra.
O presidente da CMTC, Ubirajara Abud, conta que o órgão fará a fiscalização para saber se a quantidade mínima de veículos que ficou determinada para circular estará sendo utilizada. Ele lamentou o prejuízo causado à população que depende do transporte coletivo.