A cidade se resume ao caos e o fato piorou com a greve dos motoristas de ônibus.
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Enquanto milhares de passageiros aguardam até oito horas para embarcar…
Enquanto idosos e crianças andam o dia inteiro a pé para ter acesso a Educação e Saúde…
Enquanto os sindicatos pelegos se entranham com os patrões…
Enquanto isso, os poderosos tiram ouro do nariz nas poltronas fofas das salas refrigeradas.
O governo não resolve porque transporte coletivo urbano não é com o Estado.
As prefeituras não resolvem porque não é com os municípios.
RMTC, Setransp e outras siglas ainda menos categorizadas não resolvem porque nunca resolvem nada mesmo.
É um ciclo mantido por agradar a alguns, ainda que prejudique uma população inteira. O ciclo começa na licitação corrupta, passa pelo subsídio ao óleo diesel, se estende à falta de metrô e descamba na falta de investimento em paradas e terminais de ônibus.
Cada ponto de ônibus é uma parada obrigatória do perigo, é chuva, é sol, é enxurrada, é desconforto, é assalto. Cada terminal é um curral em que o usuário é tratado como boi manso.
Por isso, ao longo das décadas, o usuário fez sua própria greve. Quando junta 500 reais, compra uma mobilete usada e nunca mais depende de ônibus. O dinheiro que gastaria no ônibus, gasta na prestação do carro. É a forma que o goiano tem de protestar, mais eficiente que a greve dos funcionários. Cada passageiro que a empresa de ônibus perde é mais um motorista nas ruas entupidas de carro. O trânsito é uma porcaria, mas porcaria por porcaria o transporte coletivo é uma porcaria ainda maior.