Por mais que tente fugir das confusões, o Vila Nova parece cada vez mais mergulhado nelas. Em ritmo de preparação para a estreia do Campeonato Brasileiro da Série C, o clube enfrenta mais uma ação judicial, por um motivo, aparentemente, inacreditável: o clube deixou de pagar o aluguel de um apartamento por mais de três anos e a proprietária, depois de tanto buscar um acordo, decidiu entrar na Justiça e pedir o valor de R$100 mil.
O apartamento é o 202 do Edifício Saint Michel, que pertence a dona Dilva, de 42 anos que hoje reside em Caldas Novas. Em entrevista ao repórter Pedro Henrique Geninho, dona Dilva explicou que aluga o apartamento para o Vila há 10 anos, que vinha cobrando R$550 reais por mês pelo aluguel, dinheiro que ela não recebe desde 2010. A proprietária disse que já procurou o Vila, mas o próprio clube mandou ela procurar a justiça.
“Eles pegaram meu apartamento, a chave está com eles, o apartamento está abandonado, não sei nem quem está lá. Conversei (por último) com o Dr. Gilberto (tesoureiro) para entrar em um acordo, mas não entramos e ele mandou eu procurar a justiça, eu fui. Isso já tem muito tempo, já tentei resolver várias vezes, ele disse ‘procura a Justiça então’. O pior nem é isso, o condomínio está totalmente atrasado, sabe, mensalidade atrasada e meu apartamento fechado, sem eu receber nada”
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Dona Dilva também explicou que tinha ciência de que jogadores chegaram a morar no local, mas alegou que nunca fez um contrato diretamente para pessoa física, e sim para o Vila, contrato esse assinado pelo dr. Ovídio Martins, ex-advogado do clube. A proprietária se emocionou em alguns momentos, destacando que depende do dinheiro de alugueis para viver, já que é uma pessoas doente, e só queria que o clube pagasse mais essa dívida.
“Eu quero que ele pague os atrasados e entregue o meu apartamento, só isso. O meu advogado sabe os valores, eles também tem o controle deles, eles sabem quanto estão me devendo. Tá muito difícil, eu preciso do dinheiro, sou uma pessoa doente e vivo só do aluguel, porque eu não posso trabalhar, preciso do dinheiro. Já são uns três anos sem pagar. O contrato é para o Vila Nova, quem fez o contrato foi o dr. Ovídio Martins, assinado por ele. Não foi para jogador nenhum, foi direto para o Vila Nova”
Versão colorada
Procurado para explicar a situação, o atual advogado do Vila, o Dr. Rodolfo Otávio Mota, destacou que o clube não tem nada a ver com essa situação e que a última moradora era uma senhora, e não um jogador do clube. O advogado reconheceu que o Vila recebeu uma citação judicial, que o clube já alugou o estabelecimento, mas garantiu que o clube não tinha mais relação nos últimos anos.
“Não, de forma alguma, o Vila não tem nada a ver com isso não, é o verdadeiro ‘se colar, colou’. Esse imóvel era de um terceiro que usava, o Vila alugou um tempo atrás, mas não tinha nenhuma relação locatícia mais. Chegou uma citação que narrava um aluguel, mas nós fomos investigar e era uma senhora que morava lá, e ela foi denunciada a lide, nós encaminhamos a denuncia e ela apresentou os comprovantes de pagamento. Não temos absolutamente nada a ver com isso”