A cidade tem centenas de prédios públicos e o fato é comum em capital. O que não é comum é tratar com desprezo o capital conseguido via impostos. Sabendo-se que não pertencem às mesmas tabelas no Orçamento, analise-se o caso do Tribunal de Contas do Estado. Estão sendo aplicados ali, no novo palacete do TCE, 50 milhões de reais. É o dinheiro necessário para honrar a palavra com os professores, porque o poder público está em débito com os salários dos profissionais da Educação.
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O TCE é uma força auxiliar do Legislativo, um poder cujos prédios também são uma vergonha. A Assembleia é a casa do povo de Goiás. Em tese, os 6 milhões de goianos estão ali representados por 41 deputados. No papel, aquilo é um parlamento, no qual se escrevem leis e se fiscaliza o Executivo. Na prática, é um amontoado de nada. De engravatados inúteis. De raposas e galinhas, com suas práticas humanas, demasiadamente humanas. Funciona em um prédio criminoso feito dentro de nascentes do Córrego dos Buritis. Outro Legislativo que causa vômito é o de Goiânia. Sua sede foi erguida no meio de uma praça, a do Trabalhador, o que por si só é uma ironia. As atuais gestões falam na construção de outras sedes. Ou seja, o dinheiro público é capim.
Enquanto TCE, Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores se refestelam em palácios imensos, na região Noroeste de Goiânia os estudantes fritam a cabeça em escolas quentes. É uma vergonha conviver com colégios de placas de cimento. Não se vê um só conselheiro do TCE, um só deputado estadual, um só vereador combatendo esse descalabro O governador Marconi Perillo prometeu acabar com essa vergonha. Já se foram dois mandatos, o terceiro está do meio para o fim e a vergonha só aumenta.
Mas está tudo bem, uma maravilha, o Legislativo é o poder do povo, mas o povo é tratado como gado não apenas nos currais do transporte coletivo. Se o boi soubesse a força que tem não ficaria nos embarcadouros com a boca escancarada cheia de baba esperando a morte chegar.