“Se eu pudesse escolher, enfrentaria o Peru amanhã no lugar da Itália”. O comentário de um jornalista uruguaio presente na coletiva de imprensa deste sábado (29) na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), demonstra a confiança na equipe celeste, recuperada com a Copa das Confederações. E também revela a consciência de que o Uruguai terá um caminho complicado para se classificar para o Mundial do ano que vem.

Após as boas atuações no atual torneio, especialmente contra Brasil  – mesmo saindo derrotado na semifinal -, o Uruguai chega forte para a disputa de 3º lugar contra a Itália neste domingo (30). E amplia a confiança para a busca por uma vaga na Copa de 2014. Para os uruguaios, a vitória contra a Venezuela  em 11 de junho e a participação na Copa das Confederações foram uma resposta em campo a quem acreditava que a Seleção Celeste estava encerrando o bom ciclo que vive nos últimos anos.

“Ainda não ganhamos nada nas eliminatórias, mas enfraquecemos aquelas premissas que falavam do fim de um ciclo. Estamos vivos. Teremos quatro jogos muito difíceis, assim como foi o jogo contra o Brasil, em que  lutamos até o último momento. É com esse espírito que vamos a esses quatro jogos que, para nós, são finais”, disse o técnico uruguaio Óscar Tabárez.

“Com esse último mês, demos uma resposta antes de tudo a nós mesmos e também ao mundo futebolístico de que é uma seleção que tem valor, que demonstra força para ir adiante mesmo nos momentos difíceis. Estamos em uma posição um pouco melhor e  esperamos que as coisas continuem caminhando e que a gente alcance os resultados importantes”, acrescentou o atacante Edinson Cavani.

O Uruguai está em quinto lugar entre os países sul-americanos que disputam as eliminatórias da Copa de 2014. Os quatro primeiros se classificam diretamente, e o quinto colocado disputa a repescagem com uma equipe asiática. Restam quatro partidas para a Celeste, sendo a primeira contra o Peru, em setembro. Após uma fase complicada, em que conquistou somente dois pontos em 18 disputados, o Uruguai venceu a Venezuela e segue com chances de retornar ao Brasil no ano que vem.

Terceiro lugar

Diante desse contexto, vencer a Itália e conquistar o terceiro lugar na Copa das Confederações neste domingo pode dar ainda mais segurança para enfrentar os próximos desafios. “Ganhar sempre dá convicção a um grupo. A vitória seria muito importante porque viemos de um mês muito intenso, com coisas muito boas, enfrentamos muitos jogadores de alto nível. O grupo reencontrou o caráter que teve nas últimas competições e no último mundial”, disse Cavani.

O cansaço físico e os desfalques da Itália, para o técnico Tabárez, não tiram a dificuldade da partida. “Para mim é um jogo muito importante não só por poder estar no pódio, mas por ser uma oportunidade de enfrentar um time da elite do futebol mundial. A Itália teve um torneio muito intenso até aqui e, diferente do nosso grupo, não teve como descansar um pouco. Alguns jogadores não estarão disponíveis, como se esperava. Mas não acho que será uma Itália fraca, eles nunca entram para perder. Vamos ver as surpresas que Prandelli terá para nós”, disse.

Mas se um olho está na Arena Fonte Nova, o outro está em Lima, e por isso todo cuidado em campo será pouco. “Todos os jogadores estão informados de que a única coisa deste jogo que pode ter consequência nas eliminatórias é um cartão vermelho. Eu confio no profissionalismo dos meus jogadores,  mas não digo que não me preocupa, porque isso é futebol e existem muitas circunstâncias. Vamos estar atentos”, explicou Tabárez.

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