O governador da Região de Wielkopolska, Marek Wozniak, deixou claro o forte interesse em firmar parcerias e importar o etanol produzido em Goiás. O assunto foi discutido nesta terça(16) entre a autoridade polonesa e o governador Alcides Rodrigues, durante audiência realizada na sede do governo da Província, em Poznan, a cerca de 300 km de Varsóvia, capital da Polônia.

Os secretários do Planejamento, Oton Nascimento, da Indústria e Comércio, Luiz Medeiros, o chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais, Elie Chidiac, e os presidentes da Federação da Indústria e Comércio – Fieg, e do grupo Caramuru, Alberto Borges, participaram do encontro.

Na audiência, que durou cerca de hora e meia, o governador Alcides Rodrigues apresentou dados sobre a economia goiana. Goiás é hoje o maior produtor de leite do Brasil, ocupa o terceiro lugar no ranking da produção mineral do País e possui reservas de cobre, ouro, níquel, cobalto, fosfato e vermiculita. “A indústria sucroalcooleira apresenta uma das maiores taxas de crescimento do Brasil”, disse Alcides Rodrigues.

Há no Estado 36 usinas instaladas, com produção total de 2,6 bilhões de litros de etanol e 1,6 milhão de toneladas de açúcar. Em fase de implantação, são mais 22 novas usinas, 11 delas na área de influencia da Ferrovia Norte-Sul. Goiás já é o segundo maior produtor de etanol do Brasil, atrás apenas de São Paulo, e o terceiro maior produtor de cana-de-açúcar, perdendo apenas para São Paulo e Minas Gerais.

“A tecnologia que o Brasil possui nesta área de combustível é interessante”, disse o Wozniak ao governador goiano, explicando que a Polônia tem parcerias com cientistas suecos para produção do etanol. Hoje o País produz pouco petróleo. “Havia uma grande produção antes da Segunda Guerra Mundial, quando o consumo era bem menor e havia grandes jazidas, mas agora é diferente”. O governador da província polonesa garantiu que especialistas vão manter contato com autoridades goianas para retomar as conversações sobre o etanol.

Outros dados
O Secretário do Oton Nascimento Júnior, citou mais dados sobre o crescimento do setor sucroalcooleiro no Estado. “Em 2006 havia 11 plantas de etanol em funcionamento e hoje já são 36”, destacou. De 300 mil hectares de área plantada de cana-de-açúcar Goiás passou para 800 mil hectares. “Goiás tem projetos para implantação de mais 100 usinas, alcançando São Paulo, que tem 160”, completou.

O secretario Luiz Medeiros lembrou que na União Européia está aprovada adoção da mistura do álcool com a gasolina, com a finalidade de diminuir a poluição e aumentar o controle ambiental. “A Polônia, como integrante da Comunidade, faz experiência na produção de etanol e bicombustíveis mas o processo é caro”, explicou Luiz Medeiros.” Eles querem a cooperação com o Brasil porque o etanol produzido da cana sai bem mais barato” . Medeiros destacou também que Goiás tem condições de chegar a 160 usinas de etanol sem afetar o meio ambiente, aproveitando apenas as pastagens degradadas e rotação de cultura. Os poloneses se interessam pelo fornecimento do etanol e por parcerias na área tecnológica.

Alcides disse ao colega, como uma dica sobre o encaminhamento das conversações, que “Goiás não é autosuficiente na produção de fertilizantes e que a comercialização por meio de interemediários, como é feita hoje, encarece o produto final”. O interesse do Estado é comprar diretamente da Polônia, evitando intermediários e baixando custos.

(Com informações do site www.noticias.go.gov.br)