Mais de dois mil servidores da rede municipal de Educação participaram de uma assembleia realizada no plenário da Câmara de Goiânia. Eles decidiram manter a greve, que atinge cerca de 70 mil alunos e crianças, e também resolveram continuar a ocupação do local, mesmo com a decisão liminar que determina a reintegração de posse da Câmara.
O oficial de justiça Roberto Bento foi ao prédio e tentou dar cumprimento à ordem, mas os líderes do movimento preferiram não se reunir com o funcionário e assinar o documento. A decisão da juíza da 3ª Vara de Fazenda Pública de Goiânia, Jussara Oliveira Louza, é que a desocupação seja realizada de forma pacífica e ordeira, sem o uso de violência.
A certidão de Roberto Bento explica à juíza que será necessária uma ordem de arrombamento e o uso de força policial. “Eu vou explicar para a juíza através da minha certidão que não foi possível dar cumprimento ao mandado em virtude do tanto de pessoas que tem, vai precisar de ordem de arrombamento, de reforço policial. Parece que eles estão determinados a não sair. Vamos informar a juíza o que de fato aconteceu e ela vai tomar as providências,” afirma.
O presidente da Casa, Clécio Alves (PMDB), defende que os manifestantes deixem o plenário para que os trabalhos possam voltar à normalidade. “Lamentavelmente houve uma invasão e o poder precisa ser preservar. Com a invasão do plenário da Câmara, os Poder Legislativo está travado. Inclusive para aprovar o projeto que vai permitir que os 10 mil professores de Goiânia recebam o auxílio do Difícil Acesso,” argumenta.
Já um dos coordenadores do Comando de Luta, que mantém a ocupação do plenário, confirma que a instalação continua até que uma negociação efetiva com o prefeito seja realizada. Algumas promessas foram feitas, mas nenhuma reunião foi marcada. “Os professores e os estudantes que estão aqui vão resistir. Nós não vamos sair daqui enquanto os dois pontos de pauta não forem atendidos pelo prefeito. Nós estamos exigindo a abertura de negociação e o fim do processo de criminalização contra os perseguidos políticos. Se o prefeito e o governador adotarem a medida de enviar força policial as mãos deles vão ficar sujas se sangue de trabalhadores,” garante.
Na tarde desta quinta-feira, o presidente da Câmara, Clécio Alves, e o procurador-chefe da Casa, Marconi Pimenteira, buscaram uma reunião com a juíza Jussara Louza, da 3ª Vara da Fazenda Pública. A câmara ainda deve buscar na justiça medidas para a desocupação do plenário.