O torcedor do Goiás ainda não engoliu o papelão da equipe na reta final do Campeonato Brasileiro.

A vaga para a Copa Libertadores que escapou pelo dedos após a falta de compromisso da maioria dos jogadores e da comissão técnica é o principal destaque de um ofício da torcida que foi endereçado ao Conselho Deliberativo Esmeraldino.

 ESMERALDINOS DE BRASÍLIA

 

CARTA ABERTA

Ao Conselho Deliberativo do Goiás Esporte Clube

 

Prezados(as) conselheiros e conselheiras,

                Neste ano que comemoramos os 70 anos do Goiás Esporte Clube, todos devemos reconhecer nossa gratidão aos dirigentes, profissionais e torcedores que ajudaram o Goiás a se transformar no maior clube do Centro-Oeste brasileiro e um dos maiores do Brasil. Temos imenso respeito por todos que dedicaram grande parte de suas vidas ao Goiás.

                Como torcedores, também somos partícipes dessa história. Temos plena consciência que nossas responsabilidades não se comparam às daqueles que assumem funções diretivas no clube. Nem por isso nos achamos menos comprometidos, afinal, permanecer horas sob sol quente ou sob chuva, viajar centenas de quilômetros, destinar parte de nossos recursos para adquirir material oficial, conviver com situações de violência e receber péssimo tratamento nos estádios, tudo isso também conta quando se trata de construir um grande clube.

                A grandeza do Goiás pode ser avaliada e sentida conforme a riqueza de seu patrimônio, a dimensão de sua torcida, os 40 anos de presença no campeonato nacional e ainda pela respeitabilidade alcançada no cenário esportivo brasileiro. Mas toda essa grandeza se esvazia quando constatamos que ainda nos faltam títulos de expressão nacional e internacional.

                O saneamento financeiro e os investimentos em infraestrutura não podem ser tomados como justificativas para metas pouco ambiciosas nas competições nacionais e internacionais. São muitos os exemplos de sucesso, obtido por outras agremiações, que não causaram desequilíbrio financeiro. As vitórias levam a aumento na arrecadação, com melhores patrocínios, crescimento na venda de materiais oficiais e maior presença de público nos jogos.

                Almejar vitórias e títulos de expressão não requer, obrigatoriamente, montagem de elencos milionários. O último campeonato brasileiro demonstrou que o sucesso não decorre, necessariamente, dos investimentos astronômicos. Por outro lado é inegável que nenhuma conquista virá se não for desejada e perseguida diuturnamente, com planejamento e engajamento de todos que compõe o quadro da equipe, e se não for estabelecida como meta permanente para toda e qualquer competição. Em nossa opinião é isso que tem faltado nas diretorias que se sucedem à frente do Goiás.

Ficamos consternados com a comportamento da equipe nos três últimos jogos do campeonato brasileiro. Pareceu-nos – não somente a nós, mas a muitos da imprensa que acompanham o clube de perto – que havia um descompromisso com a vitória. Ficamos perplexos com algumas declarações, inclusive da direção técnica, que praticamente sentenciou, com duas rodadas de antecedência, o sexto lugar do Goiás na tabela de classificação. Deploramos ainda a passividade da direção do clube diante desse fracasso previamente anunciado, afinal nenhuma declaração ou satisfação foi dada à torcida que compareceu ao estádio e saiu envergonhada e revoltada com a postura da equipe durante o jogo.

O Conselho Deliberativo elegerá, neste mês de dezembro, a Diretoria Executiva do Goiás Esporte Clube. Esperamos que as pessoas que vierem a compor essa  direção tenham exata noção da grandeza do clube. Esperamos que os dirigentes do biênio 2014-2015 venham imbuídos do espírito vencedor e que essa seja uma regra de agora em diante.

 

Assinam 

Aderson Mendes, André Castro, Antonino de Oliveira, Clayton Avelar, Daniel Guimarães, Diogo Menezes, Edis P. Chagas, Eduardo Leite, Eduardo Scalia, Frederico Cunha, Igor Melo, Ivan Vilela,Gustavo Ramalho, Jonata Alves, Josemar Luiz, Kleyber Oliveira, Leandro Cezar Marques, Leonardo de Castro, Leonardo Marques, Luiz Carlos Torres, Luiz Torres Filho, Marco Tulio Couto, Marina Porto, Moacir Rocha, Neto Martins, Paulo Bento, Renato Almeida, Sebastião Donizete, Thiago Rosa de Faria, Tiago Menezes, Welton Danyel Felipe, Wilson Carlos Valente.