O verão mal começou na cidade e o fato é que a epidemia de dengue já ameaça a capital.  Já foram registrados mais de 58 mil casos em Goiânia e 16 pessoas morreram em decorrência da doença. Esse número de casos é o maior já registrado na história epidemiológica da dengue em Goiânia. No ano passado, as notificações chegaram a 13 mil e 32 mortes foram confirmadas.

Goiânia é um dos 525 municípios que estão em situação de alerta de sofrer uma epidemia de dengue.  A previsão é do Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (Liraa), que aferiu a taxa de infestação do mosquito entre 1º de outubro e 8 de novembro.

Goiânia reúne as condições ideias para a propagação do mosquito: altos índices de chuva, clima quente e uma população que não se conscientiza da necessidade de prevenir a doença. Todavia, a responsabilidade pela saúde pública não pode recair sobre a população. Cabe ao poder público descobrir formas de combater a doença mesmo sem a colaboração dos moradores. É possível? É. Pernambuco registrou, este ano, redução de 75,7% nos casos notificados de dengue e uma diminuição de 33,3% nos óbitos causados pela doença em relação ao ano passado.

O combate à dengue passa pelo controle do mosquito. A doença não é contagiosa, não passa de pessoa para pessoa; não está no ar nem na água, formas de contaminação incontroláveis. Basta combater um inseto insignificante, mas que tem dado um baile nas autoridades.

O danado do mosquito não se propaga apenas nos quintais das casas, como diz a campanha publicitária dos governos. Ele se difunde também por meio do lixo não recolhido, que nessa época do ano se acumula na periferia da cidade; encontra ambiente para se alastrar no mato alto que invade os vários parques da capital e na água empossada em bueiros entupidos.

A população tem denunciado os focos do mosquito. Foram quase 5 mil denúncias este ano. Mesmo assim, o número de casos bateu recorde. Ou seja, a participação da população não está resolvendo o problema e o governo tem que buscar medidas criativas para controlar essa praga, que já infesta 1,25% das moradias do município. O limite que não leva a risco é de 1%.

Para 2014, cabe aos governos estadual e municipal dar uma resposta eficiente a uma doença que deixa claro a ineficiência da administração pública em resolver até mesmo problemas menores; no caso, da dimensão de um mosquito.