O Crac vive um momento crítico na sua história. Os jogadores, que não recebem salários desde dezembro, ameaçavam fazer greve e abandonar o Campeonato Goiano, o que traria ao clube uma punição de dois anos impedido de jogar qualquer campeonato oficial, além de voltar ao futebol apenas na terceira divisão do estadual. Não bastasse, todos os bens do clube estão bloqueados e penhorados pela justiça trabalhista, devido ao débito com os jogadores.

Em meio à fase delicada, o presidente do clube, Edson Barbosa, tenta recorrer a ajuda externa para salvar, ao menos, o Goianão. Assim, uma ajuda da prefeitura de Catalão, grande parceira histórica do Crac, foi vista como luz no fim do túnel. Porém, de acordo com o prefeito Jardel Sebba, o poder público nunca deixou de ajudar o time e estranha o surgimento da crise. “Em todas as oportunidades que eu tive, ajudei o Crac. Ano passado, inclusive, repassei ao clube através da Câmara Municipal, um milhão e 550 mil reais”, revela.

Jardel garante que as ajudas vem acontecendo e, para ele, a crise se deve à má utilização do dinheiro. “Eu não sei o que acontece, porque financeiramente nós estamos ajudando. Infelizmente, tudo leva à crer que o dinheiro foi mal versado. Este ano eu fiz uma pesquisa e a população da cidade indicou que eu devia ajudar o clube, por isso, estou ajudando na medida do possível. Este ano já destinei 500 mil reais ao Crac. A primeira parcela, de 125 mil, já foi repassada. O resto está retido por causa da ação judicial, eles estão querendo bloquear o restante também e segue nesse impasse”.

Apesar de surpreso com toda a situação, o prefeito engrossa o coro para adquirir ajuda do empresariado e de outros setores, mesmo pessimista quanto ao tamanho da dívida. “A maior ajuda que eu posso dar ao clube nesse momento é me juntar à diretoria em busca do empresariado e nos casos jurídicos, porque qualquer verba que entrar no clube será bloqueado e destinado à dívida trabalhista. Mas eu não sei se isso é a solução, pelo que me foi passado a dívida do Crac é algo impagável”, declara Jardel Sebba.

O prefeito também rebate as críticas feitas pelo ex-prefeito Adib Elias, de que tem obrigação de ajudar o Crac e não o faz. “Os jogadores estão em greve, a diretoria em polvorosa e o prefeito não tem nada a ver com o clube, a não ser simpatia e respeito por tudo ele que representa para a nossa cidade. Nós ajudamos desde que não prejudique outros áreas que são importantes, mas não é uma obrigação. Até porque eu quero despolitizar o Crac, deixar a instituição de futebol desvinculada de qualquer político ou partido”.

Ele ainda comenta sobre a relação do ex-prefeito com o time catalano. “Eu na verdade não entendo o Adib. Ele se dizia tão apaixonado pelo Crac, mas desde que saiu da prefeitura nunca mais o vi no estádio. Inclusive, ofereci o cargo de diretor de futebol do time, para demonstrar que o Crac é suprapartidário e que todos fazem parte do clube, mas ele recusou. Isso faz parecer que é uma paixão interesseira. Eu realmente não entendo quando ele diz que eu não ajudo, sendo que no ano passado investi no time como nenhum outro prefeito na história já investiu. Em números, o maior investimento foi o ano passado, a não ser que ele tenha feito alguma coisa fora da legalidade, o que certamente não farei”, comenta o prefeito.