O Vila Nova já jogou uma 2ª Divisão de Campeonato Goiano, mas foi quando se recusou a entrar em campo, perdeu a final para o Goiás por WO e foi punido. Nada se compara a vergonha que o torcedor colorado sente após o time perder para a Aparecidense por 2 a 0, somar a sétima derrota consecutiva na competição e ser rebaixado para a Divisão de Acesso do Estadual, com uma rodada de antecedência. E dois ídolos colorados, que foram criticados, tentaram se explicar.

O eterno capetinha da Toca, o ídolo Wando, não foi nem poeira daquele baixinho agressivo e ousado que o Vila relevou no início dos anos 2000 e que participou de campanhas memoráveis. O jogador foi criticado pela torcida ao decorrer da competição, tanto que perdeu espaço no time e passou alguns jogos sem atuar. Contra a Aparecidense ele entrou e, no fim do jogo, mostrou toda a tristeza por ver um clube que ele ama passando por um vexame assim.

“Não tem nem palavras. Temos culpa, somos culpados por tudo isso, não tem condição uma equipe como o Vila, com a grandeza que tem, ficar sete ou oito partidas sem vencer. A gente sabe que, mesmo com todos os problemas, não podíamos deixar isso acontecer. Todos tiveram chances dentro de campo e nada foi feito. Vergonha é o mínimo, tristeza e decepção, isso é fato. Não tenho nem palavras pra falar pra torcida, nem desculpa, isso dói demais”, disse emocionado o atacante. 

Outro símbolo colorado desde que retornou ao clube é o zagueiro Vitor Pio, que jogou improvisado como lateral direito na tarde deste domingo. O jogador foi perseguido pela torcida após cometer um pênalti infantil no lance do segundo gol, quando dá um soco na bola dentro da área. O zagueiro tentou justificar que havia sido empurrado e lamentou ter saído como o “vilão do rebaixamento”. 

“É como uma vida que acaba. Eu fui criado aqui no Vila, ano passado saí aplaudido do Serra, nunca esqueço, e esse ano a torcida me criticou muito, me xingou naquele lance que pode acontecer no futebol. Não é por aquele lance que eu sou o culpado de tudo, entendeu? Tô tranquilo, se a torcida acha que eu fui o vilão pelo time ter caído, tem que ter tranquilidade”, destacou o defensor.

Após a partida, os demais jogadores se recusaram a dar entrevistas, com destaque para o volante Agenor, que deixou o estádio abatido e chorando, assim como os garotos Gustavinho e Arthur. O técnico Sidney Moraes também preferiu não avaliar a sua estreia no comando da equipe e o gerente de futebol do Vila, Lúcio Antônio Rodrigues, permaneceu o tempo todo “reservado” nos vestiários.