Durante o Goianão, a coisa parecia estar caminhando bem. Bastou perder o título estadual e ser eliminado na Copa do Brasil para que tudo que estava ruim nos bastidores ficasse escancarado. E a situação está tão ruim que pode até mesmo, culminar na renúncia do presidente Sérgio Rassi. Tudo será definido na reunião do Conselho Deliberativo, que acontece na noite desta quarta-feira, e vai contar com um apelo definitivo de Rassi para os conselheiros mais ilustres.

Em mais uma entrevista esclarecedora à Rádio 730, Sérgio Rassi destacou que vai abordar os conselheiros na reunião, expor as dificuldades e solicitar uma ajuda deles no cotidiano do clube, principalmente financeira. O presidente confia que o amor pelo Goiás fala mais alto nesses momentos, mas lamenta ter que chegar à esse ponto no comando do clube.

“É uma oportunidade rara que nós temos de encontrar nossos pares e, de certa forma, aproveitando a circunstância, demonstrar o que estamos passando no Goiás. Eu lamento muito estar passando por uma situação financeira tão difícil, tão precária. Nós temos no clube nomes de pessoas respeitadas, tanto social, cultural e financeiramente, que eu acho que se forem esmeraldinos verdadeiros, e tenho certeza que são, ficarão sensíveis ao nosso chamamento”, acredita.

Rassi não escondeu que a situação é crítica, afinal o clube vem tendo déficit de R$600 mil por mês e, para piorar, perderá nos próximos dias o patrocinador máster, a Philco, que não aceitou renovar nos termos estabelecidos. Por isso, o presidente revelou que tem pego empréstimos em bancos, seja no nome dele ou de Hailé Pinheiro, presidente do Conselho. Para não chegar ao fundo e deixar o salário dos atletas atrasarem, a alternativa são os conselheiros salvarem o clube.

“Eu não posso exigir nada, mas eu faço um chamamento de esmeraldino para esmeraldino. Eu, na gestão do (João) Bosco, o que estava ao meu alcance, eu fiz. Coloquei o nosso hospital e a FR Incorporadora na camisa do Goiás, são pequenos perto de outras empresas, mas foi o que eu pude ajudar. Eu que sou tão pequenininho, consegui isso, será que pessoas tão ilustres que fazem parte do nosso Conselho não podem nos ajudar?”, questionou.

E, se não vier a ajuda tão esperada, qual será o caminho a tomar? O presidente não refugou e definiu, conforme algumas informações de dentro do clube, que pode deixar o Goiás com apenas quatro meses no comando. Rassi explicou que tem uma vida profissional e que não pode comprometê-la para se manter na presidência. Entretanto, vê essa saída como a última no leque de opções.

“Essa é uma medida extrema, eu não sou de abandonar o barco quando ele está à deriva. Mas, eu tenho que pensar também em outras coisas que acontecem na minha vida. Eu sou médico, sou profissional, dependo da minha profissão pra viver e pra exercer bem minha profissão, tenho que estar num estado mental favorável. Não posso deixar isso atrapalhar minha vida pessoal. Em caso de medida extrema, eu penso sim em fazer isso”