Ano passado, um dos setores mais disputados e badalados do Goiás era, sem dúvida, o comando de ataque. As opções eram de dar inveja a grandes times do futebol brasileiro: Walter, Neto Baiano e Júnior Viçosa eram os três protagonistas na disputa pela vaga de titular. O gordinho Walter, o preferido da temporada, foi, inclusive, apontado como um dos melhores da posição no Brasileirão Série A. Porém, a nova realidade financeira do clube esvaziou o setor.
Hoje, o Goiás agora segue em busca de suprir essa carência, já que conta apenas com Léo Bonatini como homem de ofício no elenco. Buscando contratar mais peças para o setor, a diretoria foi atrás de dois nomes nessa semana: Léo Gamalho, destaque do Ceará ano passado pela Série B que hoje defende o Santa Cruz, e Bruno Rangel, artilheiro disparado da Segundona de 2013 pela Chapecoense e hoje atuando no futebol do Catar.
O problema, entretanto, é o mesmo sempre: a questão financeira. O caso de Léo Gamalho, inclusive, foi considerado até um exagero por alguns dirigentes, já que a multa rescisória do jogador é de R$2 milhões e o Santa Cruz não abre mão. O diretor de futebol, Marcelo Segurado, confirmou a sondagem e se mostrou desanimado por isso.
“A questão financeira pesou, a do Bruno Rangel nem foi tanto isso e sim em função da negociação que ele tem com a Chapecoense. O Léo Gamalho é um bom jogador e tudo mais, mas uma multa rescisória de R$2 milhões, e mesmo se negociássemos cairia para R$1 milhão, é um jogador de 27 anos e nesse aspecto, não valeria a pena o investimento. Existem alguns nomes que já estávamos trabalhando e a gente quer, o mais rápido possível, formalizar essas contratações”, confirmou.
Léo Gamalho tem 28 anos e acumula passagens por Botafogo-RJ, Internacional, América de Natal, Shenyang Dongjin e Pundog Zobon, ambos da China, entre outros clubes. Na atual temporada, jogando pelo Santa Cruz, o centro-avante já marcou 14 gols e é o artilheiro do time. No início do ano ele foi sondado pelo Atlético Goianiense e esteve muito próximo do acerto, porém, decidiu continuar no nordeste. Dessa vez, o atacante se mostra aberto à negociações e segue monitorado de perto pelo Goiás.
O outro nome, Bruno Rangel, também agrada bastante à diretoria. Artilheiro da Série B do ano passado com 31 gols, ele rapidamente se transferiu para o futebol do Catar para defender o Al-Arabi. No Brasil, já atuou no Paysandu, Águia de Marabá, Joinville, Guarani, Chapecoense e outros times. Nesta temporada, atuou sete vezes e marcou dois gols.
Gringo na área?
O interesse não é segredo e também não é de hoje: o Goiás quer ter um gringo em seu elenco, e pela necessidade de um camisa 9, essa hora pode ter chegado. O uruguaio Loco Abreu chegou a ser oferecido no início da semana, só que a negociação esbarrou mais uma vez na questão financeira. Marcelo Segurado explicou como é feita essa procura e não esconde a vontade de trazer esse atrativo para o clube.
“Existe a possibilidade sim, eu sempre defendi essa ideia, mas às vezes a realidade dos gringos não condiz com o que a gente acha. Quando fala em trazer um gringo pra cá, eles pedem muito e, às vezes, nem é a questão salarial do atleta, mas a rescisão que se paga para os clubes que é extremamente alta. A gente sempre esbarra nessa questão financeira, mas com jeito, calma e paciência, a gente vai ajustando o time”, explicou.
