MONTEVIDÉU (Reuters) – A punição da Fifa ao atacante do Uruguai Luis Suárez, suspenso por nove jogos por morder um zagueiro italiano em partida pela Copa do Mundo, despertou a indignação e repúdio entre os uruguaios.
A comoção dos uruguaios nas ruas, nas redes sociais, e nos meios de comunicação foi imediata.
“É muito. Há casos piores que não tiveram punição, ou tiveram sanções menores, como a cabeçada de (Zinedine) Zidande. Não quero entrar em teorias conspiratórias, mas parece que não interessa à Fifa que um país pequeno como o Uruguai avance”, disse Andrés Ramírez, um advogado de 62 anos.
A equipe do treinador Oscar Tabárez, que teve uma campanha difícil desde a estreia com uma surpreendente derrota para a Costa Rica por 3 x 1, deverá ficar sem seu principal jogador pelo resto do torneio. A Celeste enfrenta a Colômbia no sábado no Rio de Janeiro no Maracanã, onde há mais de 63 anos ganhou a Copa diante do Brasil, garantindo o campeonato mundial de 1950, o segundo de sua história.
“Penso que é uma punição excessiva. Estão tratando Suárez como um delinquente, um terrorista, por quatro meses não pode jogar ou estar vinculado à Fifa. Embora eu acredite que deveria haver uma sanção, estão exagerando o que foi a agressão”, disse María Cardozo, funcionária administrativa, de 48 anos.
A página do jornal uruguaio El País na Internet dizia “A Celeste fica sem seu goleador”, e o portal Montevideo.com “O que não mata, fortalece”. “Que injusto, que triste, que máfia”, expressou a jornalista uruguaia Viviana Ruggiero.
Na última hora desta quarta-feira no Twitter os uruguaios promoveram a hashtag #DeOficioTodosoNinguno, pedindo que todos jogadores que cometeram faltas e não foram punidos dentro de campo sejam tratados como foi Suárez.
“Todos os jogadores são iguais, se vale para um, vale para todos, ou que não valha para nenhum”, disse o jogador uruguaio Jorge Fucile, aderindo ao movimento antes de conhecer a decisão da Fifa.
“Se é punida uma falta, que sejam punidas todas as similares”, acrescentou o jogador da seleção uruguaia Alvaro Pereira.