Por mais que muitos critiquem e questione algumas atitudes, o técnico da Seleção Brasileira parece um corpo fechado, longe de ser abalado. Foi dessa forma que o técnico Luiz Felipe Scolari permaneceu na entrevista obrigatória da FIFA, na véspera do jogo contra a Colômbia, nesta sexta-feira, às 17h, na Arena Castelão, em Fortaleza. Com respostas na ponta da língua e interrompendo várias perguntas, o treinador da Seleção não deixou de lado a irritação diante de alguns temas, como a reunião com seis jornalistas na Granja Comary, por exemplo.
Diante desse assunto, o treinador chegou a falar que quem não gostou, “que vá para o inferno”, pois sempre fez isso e garante que continuará fazendo, caso o Brasil chegue às semifinais da Copa. O treinador também abordou “convocação” da psicóloga Regina Brandão para conversar com os atletas após a reação emocional exagerada no duelo contra o Chile. O treinador garantiu que tudo já estava planejado e não foi uma medida pontual.
“Estão errados com as interpretações, parem de achar que a fulana ou fulano vai lá só em determinada hora. Tá tudo cronometrado e organizado, se a gente passar ela vai lá no domingo de novo. Ela não ganha nada e eles adoram participar de uma reunião. Eu vejo que hoje escrevem maldades e alguns colegas de vocês se aproveitam de alguma coisa. Não tem nada diferente do que já estava planejado, ela vai voltar no domingo ou segunda”
O adversário desta sexta-feira venceu todos os quatro jogos que disputou na Copa, tem o melhor “garçom” da Copa, o meia Cuadrado, com quatro assistência, e o artilheiro da competição, James Rodriguez, com cinco gols. Felipão mostrou conhecimento disso tudo, respeita o adversário, mas manteve o discurso otimista e aproveitou para defender Carlos Alberto Parreira, que declarou antes da Copa que a Seleção Brasileira tinha uma mão na taça. Para o treinador, a mão continua lá.
“Continua sim, nós vamos pro quinto passo e não se esqueçam que são sete. Aquelas declarações foram espetaculares do Parreira e não poderia ser diferente, nossa população não esperava nada diferente. Continuamos com o mesmo discurso. Hoje ainda perguntei para o Paulinho e ele falou que não sente pressão de nada, que tá acostumado, que é mesmo dessa forma em competições no Brasil”
Confira outros trechos da entrevista de Felipão
Trocar um dos 23 jogadores?
“Não foi isso que eu disse, eu falei que nesse momento da competição eu poderia acrescentar um jogador com outras características para os jogos que teríamos daqui pra frente. Se você perguntar para outros técnicos, todos gostariam de acrescentar um ou outro jogador, e acrescentar é retirar pela regra, da FIFA mas apenas pela característica do próximo adversário. É o quinto jogo, se fosse o primeiro não teria margem nenhum de troca”
Seleção pressionada
“Eu não sei se eles vão jogar com peso menor, eles sabem que é um jogo eliminatório e que podemos vencer ou podemos ser eliminados. Todos os dias eu converso com eles e pergunto: ‘Fui eu que passei essa responsabilidade a vocês?’, e eles dizem ‘não professor’. Se eles forem melhores, é o que gente tem dito, não vai terminar nossa vida como treinador ou jogadores. Nós temos condições sim de chegar e isso que eles estão procurando fazer”
Esquema com três zagueiros
“Depende do andamento e do resultado do jogo. É uma situação que o Henrique já estava acostumado comigo no Palmeiras, mas lá ele não jogava com o Thiago e nem com o David. A princípio, vai ser uma opção”
Sem espírito de rivalidade
“Não é uma questão só de se encaixar, é uma questão técnica, a Colômbia tem um poder técnico maior que o Chile, que agrupa mais atrás e tem uma dinâmica diferente. No meu conceito, a Colômbia é um time bem melhor, tem um futebol mais técnico, mas não existe guerra contra a Colômbia, nossa guerra é contra Chile, Uruguai ou Argentina. Contra os colombianos, são amistosos, tem disputa por posição, tem perigo, mas são jogos alegres, não existe nenhuma rivalidade e quando não tem essa guerra, nossos jogadores se sentem mais a vontade”