O que mais pode identificar Brasil e Alemanha no futebol, atualmente, é o trabalho. Talvez o Brasil não tenha mais o futebol alegre de antes, a Alemanha não tenha todo aquele pragmatismo e seja vitoriosa como antes, mas as duas Seleções tem trabalhado duro em seus planejamentos. Na tarde desta terça-feira, às 17h, no Mineirão, em Belo Horizonte, esses dois planejamentos serão medidos em uma semifinal de Copa do Mundo.
Todo o trabalho desenvolvido na Seleção Brasileira começou após a eliminação para a Holanda nas quartas de final da Copa de 2010, e de lá pra cá, dois técnicos já foram utilizados, incluindo o atual, Luiz Felipe Scolari, que assumiu o desafio de repetir o título de 2002. Já os alemães começaram bem antes, no fim da Copa de 2006, quando Joachim Low assumiu o comando e mudou a forma alemã de jogar futebol.
O planejamento brasileiro sempre contou com Neymar, quase que o dono do time. Desde a Copa de 2010, em 61 jogos da Seleção principal e olímpica, Neymar só não esteve em campo por seis oportunidades, todas com Mano Menezes. Com Felipão, ele jogou todas, mas contra a Alemanha não jogará, já que sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar e está fora da Copa. Felipão sabe que a perda é enorme, mas vê isso como um desafio e uma motivação a mais.
“Lógico que o Neymar ao nos deixar, deixou muita coisa conosco e levou muito da gente com ele. A gente já passou essa fase de ficar triste e tudo mais quando ficamos sabendo que não teríamos ele mais. Por tudo que foi passado, os jogadores sabem que o Neymar fez a parte dele. Agora é a nossa parte que temos que fazer, a minha, a de todo o povo brasileiro. Esse é o jogo que podemos chegar a final, não vamos jogar só pela gente, pelo nosso povo, pelo nosso país, mas vamos jogar muito pelo Neymar”
O treinador teve pouco tempo para trabalhar e achar um substituto ideal para o camisa 10 da Seleção, e por isso, resolveu adotar o mistério como tática para enganar os alemães. São três opções para a vaga de Neymar: Paulinho, Bernard e Willian, a mais provável delas. Na defesa, o time também não contará com o capitão Thiago Silva, e quem entra é Dante, que está acostumado com o futebol alemão e pode ser uma boa arma.
Do outro lado, o Brasil sabe que o adversário é imponente. Essa é a quarta semifinal seguida da Alemanha em Copas, algo que nenhuma outra seleção havia conquistados, e eles tem convicção que chegou a hora do novo futebol alemão triunfar. De 2006 para cá, os alemães perderam a final da Eurocopa em 2008 e caíram na semifinal da Copa 2010 para a Espanha, além de também terem perdido a semifinal da Eurocopa 2012 para a Itália.
O técnico Joachim Low também não deu pistas de como vai escalar a equipe, mas deve manter a mesma base que venceu a França por 1 a 0 nas quartas de final. Isso significa dizer que Lahm deve permanecer como lateral direito e o meio-campo deve ter Khedira e Schweinsteiger na contenção. Na frente, a mudança pode ser a saída de Klose, maior artilheiro das Copas ao lado de Ronaldo com 15 gols, para a entrada de Gotze, que tem maior movimentação.
FICHA TÉCNICA
BRASIL x ALEMANHA
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Data: 8 de julho de 2014, terça-feira
Horário: 17h
Árbitro: Marco Rodríguez (MEX)
Assistentes: Marvin Torrentera e Marcos Quintero, ambos do México
Brasil: Julio Cesar; Daniel Alves (Maicon), Dante, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Willian), Fernandinho e Oscar; Hulk e Fred.
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Alemanha: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Höwedes; Khedira, Schweinsteiger, Kroos e Ozil; Muller e Götze (Klose)
Técnico: Joachim Löw