Familiares e amigos em silêncio, vestindo camisetas com fotos dos entes assassinados ou de cor pretas, além de inúmeras faixas expressando saudade, tristeza e cobrando justiça. Este foi o cenário da tarde deste sábado (9), na Praça Cívica, no Centro de Goiânia. A dolorosa manifestação foi contra o assassinato de 16 mulheres, na capital goiana, de maneira banal, somente neste ano.
O evento foi divulgado por redes sociais, e mais de 50 mil pessoas confirmaram presença. O número de presentes foi bem abaixo, mas suficiente para mostrar a revolta de familiares, amigos e da população goianiense de um modo geral. Um forte esquema policial foi montado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. A mídia goiana e nacional também se fez presente.
A avó de Ana Lídia de Souza, de 14 anos, assassinada no último sábado (2), no Conjunto Morada Nova, disse ter esperança de que a manifestação faça com que as autoridades competentes solucionem os casos. “Temos esperança de que está criatura que está espalhando o terror seja presa,” afirma.
O mesmo pensamento tem a mãe de Lilian Sissi Mesquita, que foi morta no dia 3 de fevereiro, aos 28 anos. E ela ainda considera que a polícia está agindo de forma tardia. “A minha filha foi a terceira a ser assassinada. Mas precisou morrer mais vítimas da mesma forma que ela para que agissem. Estas outras mortes poderiam ter sido evitadas,” opina.
A adolescente Arlete dos Anjos Carvalho, de 16 anos, foi morta no dia 28 de janeiro deste ano. Ela não está na lista dos homicídios investigados pela força tarefa montada pela Polícia Civil, mas os parentes também estiveram na manifestação. A madrasta, Rita Fernandes da Silva, conta que o caso dela é semelhante aos demais. O autor matou a garota e não levou nada. O crime aconteceu no Bairro Goiá.
Após se concentraram na Praça Cívica, alguns familiares das vítimas utilizaram o serviço de som para expressar o sentimento da perda e cobrar as soluções dos casos.