O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Passageiros de Goiânia (Setransp), Décio Caetano, convocou a imprensa para prestar esclarecimentos sobre as acusações que foram feitas pelo Escritório Sociatus Advogados ao Sindicato.
O representante do escritório, Júlio César Queiroz e Rabelo apresentou um vídeo em que Décio Caetano aparece recebendo dinheiro e colocando em uma caixa de sapatos, supostamente R$ 150 mi. O fato aconteceu numa entrevista coletiva na manhã desta terça, 16, em um hotel do Jardim Goiás.
O advogado Júlio César, em entrevista à Rádio 730, alegou que o diretor do Setransp, Décio Caetano, teria pratico um ato ilícito. Ele denunciou, ainda, que foram adotadas medidas que impediram a participação de empresas de outros Estados na licitação do transporte coletivo, em virtude de cláusulas que exigiam maior capital das empresas externas do que das instaladas em Goiás.
E ainda argumentou que as empresas do transporte coletivo contam com 2% na tarifa, referente ao ISS, apesar de a cobrança ter sido suspensa judicialmente.
Defesa
No período da tarde, o diretor do Setransp, Décio Caetano confirmou que recebeu R$ 150 mil de Julio Cesar Queiroz, mas, segundo ele, o dinheiro é referente ao pagamento de um empréstimo pessoal, portanto alheio a qualquer interesse do Setransp.
“Por mais de 20 anos ele trabalhou no Setransp e desde o ano passado procurou o órgão tentando reajustar os seus honorários. No mês de dezembro do ano passado, ele alegou dificuldades financeiras e me pediu um empréstimo e esse pagamento não é nada mais do que o pagamento deste empréstimo”, relatou.
Inquérito
Na última semana, o presidente do Setransp, Edmundo Pinheiro, encaminhou ao Ministério Público Estadual uma solicitação de instauração de inquérito para apurar denúncias de chantagem por parte da Sociatus Advogados.
Segundo o Sindicato, o escritório pediu 8 milhões de reais para não divulgar relatórios onde as empresas do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia e o Setransp seriam acusados de atuar de forma ilegal no processo de licitação realizado em 2008.
Para Décio Caetano, Julio Cesar Queiroz faz essas acusações porque não foi atendido nas chantagens que fez ao Sindicato no dia 4 deste mês. “Queremos que ele apresente qualquer documento mostrando que isso procede”, desafiou.
De acordo com Julio Cesar Queiroz, o Setransp pediu ao Escritório Sociatus que fizesse a lavagem de R$ 1 milhão proveniente de um contrato feito para retirar o dinheiro do caixa do Setransp e que seria devolvido. O vídeo com Décio Caetano seria a prova da entrega. Por outro lado, o diretor do Setransp relatou que 1 milhão de reais é o valor que seria pago pelo Setransp ao Escritório Sociatus por um serviço prestadob e negou qualquer situação de devolução.
Esse valor, de acordo com Décio, seria pago em 7 parcelas, sendo que ele alega que duas já foram pagas, a 1ª no dia 12 de janeiro e a 2ª em 9 de fevereiro.
Licitação
Questionado sobre possíveis irregularidades ocorridas no processo licitatório do transporte coletivo de Goiânia para favorecer empresas da capital, Décio Caetano evita a discussão e informa que o presidente do Setransp, Edmundo Pinheiro, vai prestar esclarecimentos sobre o assunto em breve e destacou que vai acionar o Escritório Sociatus judicialmente. “Esse é um ato contra a minha pessoa, ao Setransp e contra o transporte coletivo”, alegou.
Décio Caetano informou ainda que desde que o Sociatus Advogados rompeu com o Setransp, Ney Moura Teles foi nomeado pelo escritório como procurador para intermediar a conversa entre o sindicato e o Sociatus.
No dia 4 de março, de acordo com Décio, foi Ney Moura Teles quem exigiu os 8 milhões de reais para o Sociatus Advogados manter silêncio e apresentou o vídeo de Décio Caetano, ou seja, alí estaria a autoria da chantagem.
Com informações da repórter Nayara Cristina e de Samuel Straitto.