O estado de saúde das gêmeas siamesas Anny Beatriz e Anny Gabrielly, separadas em uma cirurgia de urgência realizada no último sábado no Hospital Materno Infantil, é considerado gravíssimo e ambas correm risco de morte. As meninas têm menos de um mês de vida e nasceram unidas pelo tórax, compartilhando o mesmo fígado. Esse fato, juntamente com a piora no estado de saúda de ambas na última semana, se tornou um grande complicador para a cirurgia e recuperação das crianças.
De acordo com o médico responsável pela cirurgia, dr. Zacharias Calil, as chances de sobrevivência de Anny Beatriz e Anny Gabriely é de apenas 1%. Ele explica as complicações do procedimento cirúrgico: “As meninas não dividiam o coração, mas eles se comunicavam por artérias espessas. Além disso, o fígado era um só e teve que ser dividido. A manipulação do fígado é muito difícil, comprime o coração e, por isso, tem que ser feita com muito cuidado. Não é uma situação das mais fáceis”, explica.
A cirurgia era prevista para daqui há cinco meses, quando as crianças completariam a idade mínima para a realização do procedimento seguro, que é de seis meses a um ano. A família é baiana e reside na cidade de Ibipeba, na Bahia. O fato da mãe ter tido contato direto com agrotóxicos durante muito tempo de sua vida pode ter contribuído para a deformação do feto, explica o dr. Zacharias: “As má formações, em geral, estão diretamente ligadas à exposição de agrotóxicos e elementos do tipo. Não existe comprovação sobre isso, mas alguns dados deixa essa relação direta”.
Apesar do estado crítico, a irmã menor, Anny Gabrielly, apresenta um quadro de saúde mais estável, mas permanece com grandes chances de morte. As garotas estão respirando com a ajuda de aparelhos e a pressão arterial é mantida através de medicamentos. É necessário também a doação de sangue. Os órgãos vitais de ambas estão sendo monitorados e a resposta do organismo à cirurgia realizada no sábado durante as próximas horas são fundamentais para a sobrevivência de ambas.