O texto que segue não é meu. Trata-se de uma narração antiga e de autoria desconhecida. Mas por ter me tocado, divido com vocês aqui na coluna. Diz: Na Europa medieval, considerava-se o pelicano (ave) um animal especialmente zeloso com seu filhote, ao ponto de, não havendo com que o alimentar, dar-lhe de seu próprio sangue. Seguiu-se, então, que o pelicano tornou-se um símbolo da Paixão de Cristo e da eucaristia. A explicação é simples: na total ausência de comida, o pelicano abre seu peito com o bico, e oferece a própria carne aos filhotes. Entretanto, muitas vezes somos incapazes de entender as bênçãos que recebemos como presentes de Deus. Muitas vezes não percebemos o que Ele faz para nos manter espiritualmente alimentados. Uma velha história nos fala de um pelicano que – durante um inverno rigoroso – consegue sobreviver ao seu auto sacrifício por alguns dias, oferecendo sua própria carne aos filhos. Quando, finalmente, morre de fraqueza, um dos filhotes comenta com o outro: “ainda bem. Eu estava cansado de comer todos os dias a mesma coisa”. É simples, mas vale a pena meditar.
Thiago Mendes