O Goiás corre o risco repetir sua sina recente e, mais uma vez, perder um atleta da base sem qualquer compensação financeira. Casos de Ernando, Amaral e Pedro Henrique, a bola da vez é o volante Rodrigo, tido como revelação do Campeonato Goiano 2015 e titular absoluto desde o início da temporada. A situação que parecia tranquila, ganhou novos contornos essa semana e capítulos ainda estão por vir.

Há pouco mais de um mês, o volante Rodrigo, prata da casa, falou em entrevista ao repórter André Rodrigues que sua renovação com o Goiás estava se concretizando e as partes esperavam apenas a vinda do pai do atleta para firmar o novo vínculo. Porém, após a vitória sobre o Atlético-PR o discurso mudou um pouco o rumo e abriu desconfianças sobre a permanência no atleta em 2016, já que seu contrato se encerra no fim do ano.

O jogar nunca havia trabalhado com um empresário, apenas o pai gerenciava seus interesses. Agora, com a mídia que vem recebendo, vários agentes entraram em contato fazendo propostas para trabalhar com o garoto. Antes Rodrigo nem cogitava essa possibilidade, agora, juntamente com seu pai, ele discute algumas propostas e essa indefinição é que vem segurando sua renovação. Ele explica:

“Estamos trabalhando para resolver as pendências, eu quero ficar, mas quando a gente está vitrine, muita coisa aparece. Apareceram várias situações de empresários, eu não tenho um, meu pai que cuida de tudo, mas ele fica doido da cabeça com o que aparece de propostas de empresários para trabalhar comigo”, explica.

Rodrigo continua: “Eu sabia que ia acontecer esse tipo de situação porque agora estou em evidência. Estamos conversando com algumas pessoas e depois de decidir isso, vamos trabalhar para definir tudo com o Goiás. Eu quero ficar no Goiás, ajudar o clube e seguir minha carreira aqui. Mas, por enquanto, ninguém está autorizado a falar por mim”, detalha o jogador.

Quem não está nada satisfeito com essa história é o treinador Hélio dos Anjos, que teme perder o atleta já à partir de julho, quando Rodrigo pode assinar um pré-contrato com outra equipe. Hélio diz que o desenrolar moroso pode acabar criando uma situação igual a de Pedro Henrique, que foi proibido pela diretoria de atuar pelo Verdão e treinava em separado.

O próprio treinador é quem faz a revelação: “A diretoria nunca vai influenciar na minha escalação por questões técnicas, mas a questão do Rodrigo vai além. Em julho, as coisas vão fugir do controle. Já falei para ele, como um pai, que não quero ter esse constrangimento de ser orientado pela diretoria a afastá-lo do grupo. Pensa direito, conversa com sua família e seu procurador para tentar evitar essa situação”.