Quanto vale uma boa reportagem?
Ainda não sei. Tentei descobrir no último jogo do Vila Nova, contra o Brasil de Pelotas, quando o suposto chefe da “máfia dos ingressos falsos” foi preso próximo as bilheterias do estádio Serra Dourada.
As imagens são pouco explicativas. Dá pra ter uma noção do que ocorreu, mas de qualquer forma, vou explicar tudo.
Eu e Beto Brasil, o repórter da galera, estávamos nas entradas do palco maior do futebol goiano, quando torcedores do Vila descobriram que cambistas estavam vendendo ingressos falsos na porta do Serra. Os mesmos colorados tentavam linchar o “chefão”. A policia interviu impedindo que fizessem algo com o suspeito.
Vendo toda a movimentação e tendo noção de que estava presenciando um fato de grande relevância para o desenvolvimento do esporte goiano e do Vila Nova Futebol Clube, logo comecei a filmar para o Portal 730.
Um policial viu que eu estava filmando e logo se dirigiu a mim e pediu pra que parasse de filmar. O militar me empurrou e colocou o cassetete em meu rosto, olhou para o celular, ameaçando tomar o mesmo. Vale ressaltar que minutos antes de ocorrer o fato, este policial havia pedido para que eu me retirasse do local e que a minha presença não era bem-vinda próximo aos tumultos.
Após ele me expulsar do motim, dois pseudotorcedores começaram a gritar ordenando que eu parasse de filmar. Os dois me empurraram por várias vezes e um deles chegou a me dar dois socos no peito, um no braço e um chute.
PRA QUE ISSO?
Aquela filmagem não seria boa para a imagem da PM?
Competentemente, a polícia goiana prendeu o suposto chefe de uma “máfia de ingressos falsos”, de acordo com a definição da própria Polícia Militar de Goiás. Isso não é bom de ser mostrado pela mídia?
Ainda não entendi qual foi à intenção do policial. Entendo que a atitude dele não representa a farda e o brasão da Gloriosa Polícia Militar Goiana. Por muitos anos tive o privilégio de estudar no Colégio da Polícia Militar de Goiás, o CPMG, e sei que a ética e o respeito é um dever de todos os iluminados que tem a oportunidade de vestir a poderosa farda.
Pode ter sido tudo um mal entendido, sim. Não sendo exagerado, mas se por um acaso eu não deixo o local e continuo tentando exercer a minha profissão de jornalista, neste momento poderia estar em um hospital, ou até, dependendo dos rumos que a briga tomasse, em um cemitério.
Ainda bem que saí de lá, deixando de registrar a prodigiosa ação da polícia. Por condições de segurança, saí correndo. Fui para o “Camarote das Feras” assistir a classificação do Vila à final da Série C.
Passado esse episódio, comecei a entender o porquê de o torcedor goiano estar deixando de ir aos estádios.
OBS.: O vídeo não ficou bom! Não mostrou claramente as agressões, pois tive que puxar o celular com medo de o tomarem da minha mão. Mas atesto que tudo isso aconteceu.
Após parar a filmagem, havia um grupo de torcedores querendo nos agredir. Eu e Beto Brasil, que estava preparando para entrar ao vivo no Futebol Fantástico e acompanhando tudo a distância, fomos protegidos pelos ouvintes da Rádio 730 que haviam sido entrevistados ao vivo minutos antes, explicando o que estavam presenciando.
Confira o vídeo:
Fiquei intimidado com a falta de segurança, já que estava tentando fazer uma matéria mostrando o brilhante trabalho da PM/GO. Naquele momento, não tinha a quem recorrer. Poderia ter feito um vídeo mostrando todas as agressões. Mas na hora não pensei muito. Fiquei com medo.
OBRIGADO AOS NOSSOS VERDADEIROS “PATRÕES” – OS OUVINTES DA RÁDIO 730 -.
Nossos ‘patrões vilanovenses’ nos protegeram atestando que “nós estávamos do lado do torcedor colorado”. Desta feita, destaco o Tião, do Setor Sudoeste. Obrigado pelo esforço de todos. É isso que nos motiva!