Funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia suspenderam todos os serviços desde a meia-noite desta segunda-feira (21). O motivo da paralisação é a falta de pagamento do salário dos servidores referente ao mês de novembro, que deveria ter sido creditado no início de dezembro, além da segunda parcela do 13º salário, que está sem previsão. A paralisação é por tempo indeterminado.
De acordo com a Superintendência Administrativa da Santa Casa, que passou a apoiar o movimento dos grevistas, os recursos financeiros enviados pela União, Governo de Goiás e Prefeitura de Goiânia, estão em atraso, o que impossibilitou o pagamento dos funcionários do hospital. O superintendente Aderrone Vieira Mendes, explica quais as atividades que estão suspensas desde a 00h desta segunda-feira.
“O recebimento de pacientes para internações vindo dos Cais, e não estamos também realizando as cirurgias eletivas. Estão também paralisadas toda a assistência em radiologia, para pacientes externos, a parte ambulatorial e consultas”, afirma.
Aderrone frisa que o atendimento a pacientes que já estavam internados na unidade segue normalmente. A restrição é para pacientes externos que procurarem o hospital durante a paralisação.
Ainda segundo o superintendente, o governo estadual repassa R$ 500 mil por mês à Santa Casa, dinheiro que não é recebido pela unidade há sete meses, e já acumula R$ 3,5 milhões. Deste total, apenas R$ 1 milhão foi pago pelo Estado, mas o valor deverá estar disponível somente nesta terça-feira (22).
Além destes, a Santa Casa aguarda ainda receber R$ 2,7 milhões da Prefeitura de Goiânia e mais R$ 4 milhões da União. Para quitar a folha de pagamento dos servidores, Aderrone avalia que são necessários de imediato R$ 3 mi.
Segundo o Secretário Estadual de Saúde, Leonardo Vilela, o repasse mensal do governo do Estado é voluntário e não há atrasos, e responsabiliza o Ministério da Saúde pela falta de pagamento dos servidores da Santa Casa.
“O repasse do Estado começou a ser feito em 2013 porque a tabela SUS do Ministério da Saúde é absolutamente insuficiente. Cabe ao Ministério da Saúde fazer o pagamento por esta prestação de serviços. Repassamos R$ 500 mil há 15 dias, só neste ano pagamos três parcelas. Então o problema não é o recurso do Estado. Aliás, sem este recurso, a Santa Casa teria fechado as portas há muito tempo”, afirma Vilela.