Em 2015 o Vila teve que pagar por todos os seus pecados do ano anterior. Mas, por incrivel que pareça, foi uma temporada positiva para o clube. É verdade que ser campeão de B do Goiano é o mesmo que buscar um parente na penitenciária após cumprir pena. Ou seja, é uma alegria que ninguém gostaria de ter.
A Série C do brasileiro para o Vila é o mesmo que a Série B para o Goiás. Ambos disputam apenas uma ou, no máximo, duas temporadas seguidas. Porém o Tigre pode mostrar uma diretoria nova, jogadores com identificação com o clube e, o melhor, a torcida voltou a ter orgulho de seu time.
Veio o ano novo e o Vila tem que conviver com uma realidade diferente e muito mais pesada, onde os dirigentes estão sendo testados quanto a sua capacidade de gestão, até de absorverem os reverses. Os dirigentes que não aguentam muita pressão pularão fora na primeira oportunidade que tiverem. E isso já aconteceu neste ano.
Vejo a diretoria do Vila Nova meio perdida nesse início de ano. Deixou jogadores importantes saírem sem esboçar o menor interesse em continuar com eles. Márcio Fernandes por pouco não foi demitido após o empate com o CRAC e, felizmente pra ele, três semanas depois aceitou a proposta do Botafogo-SP. A direção demorou a absorver a derrota para o Goiás, um fato corriqueiro na vida do Tigre desde 1980.
Após a saída de Márcio ficou aquela indefinição se efetivaria ou não Rogerio Manicini. Não sabiam se contrataria Édson Junior, que estava no Trindade, Julinho Camargo, do Brasília, ou outro técnico qualquer. Quando muitos pensavam que Manicini já estava praticamente efetivado, eis que Francisco Elisio, diretor de futebol, como se fosse um explorador das coisas mais profundas do planeta, e descobre, através de suas ondas eletromagnéticas, um treinador de 42 anos enraizado no Paraná, cujo maior feito foi ser campeão da categoria de base do Atletico-PR.
Pasmem os senhores, ouvi elogio à esse moço chamado Leandro Nieheus – duvido que você consiga falar corretamente esse sobrenome -, de que ele, como gestor de futebol, foi quem montou o Figueirense Campeão da Série B de 2009. Porém logo pergunto: Leandro foi contratado como treinador ou gestor de futebol?
O Vila Nova já tentou inovar com alguns treinadores desconhecidos e não deu muito certo, como Jorge Saran e Ivair Sence.
Será que esse Leandro Nieheus vai conseguir fazer um bom trabalho? O Vila é muito pesado. Torcida grande, imprensa em cima e dirigentes novos e impacientes. Retórica no futebol funciona somente até a pagina três. Depois disso, os resultados práticos precisam aparecer! Vamos ver se o Nieheus não será outro Saran ou Sence da vida…