A campanha Setembro Amarelo tem como objetivo a conscientização sobre a prevenção do suicídio e alertar a população do Brasil e do mundo a respeito da realidade desta prática que, apesar de não ser considerada crime no país, tem aumentado o número de mortes em todo o globo.

De acordo com o médico psiquiatra Paulo Henrique Coelho, em entrevista ao programa Cidadania em Destaque, da 730, o número de mortes por suicídio, anualmente, em todo o planeta é fato de preocupação.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}Podcasts/2016/setembro/12/paulohenriquecoelhosuicidio{/mp3}

“Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que que há cerca de 800 mil casos por ano no mundo, o que significa uma morte a cada 34 segundos. Isso é algo muito relevante do ponto de vista mundial. No Brasil nós temos uma crescente no número de casos de óbitos por suicídio, sobretudo nas populações de mais baixa renda e aquelas portadoras com transtorno mental”, ressalta.

No Brasil, os números apontam que a realidade atual é de 32 mortes por dia, o que, em um ano, representa mais de 11,6 mil mortes. O número é superior à quantidade de óbitos por Aids e por diversos tipos de câncer. O suicídio já é responsável pelo segundo maior número de vítimas entre pessoas de 15 a 29 anos no mundo.

De acordo com Paulo Henrique Coelho, outro agravante para o aumento destes índices é o uso de drogas, sejam estas ilícitas ou não. “Considerando a epidemia de substâncias psicoativas como o crack e outras drogas; o álcool, que é socialmente aceito, nós temos como fatores agravantes, inclusive”, destaca.

Além dos casos de dependência química, pessoas que decidem por tirar a própria vida podem ter algum tipo de distúrbio mental. Nestas situações, os mortos representam quase a totalidade das estatísticas, como aponta o especialista.

“Cerca de 95% dos casos relacionados a suicídio e tentativa de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, sejam eles aqueles mais graves como transtorno depressivo, esquizofrenia, transtorno bipolar, dependências químicas ou algum caso de conflito ou desajustamento social”, explica.

Segundo Coelho, parte dos casos de suicídio se deve à falta de capacidade das vítimas de conseguirem controlar os ímpetos por conta de perdas e frustrações.

Entenda mais sobre o Setembro Amarelo, no site da campanha