O Atlético vive um bom momento não só dentro de campo, como também fora dele. Nos bastidores, um dos nomes mais fortes no Dragão é o de Adson Batista, diretor de futebol do clube. Adson tem 46 anos, é natural de Vianópolis, interior de Goiás, e há 10 anos presta serviços ao rubro-negro atleticano.
Em entrevista à Rádio 730, o dirigente abriu o jogo e falou sobre sua história de vida dedicada ao Dragão. Ele falou sobre como é fora do futebol, revelou seus sonhos com o Atlético e pontuou quais foram os erros e os acertos no comando do time até o momento. Além disso, Adson analisou a atual temporada do time e revelou ansiedade pela conquista do acesso.
QUEM É
“Sou um cara normal, com uma família maravilhosa. Minha esposa sempre me entende para exercer minha profissão. Sou uma homem de princípios e isso eu trago para o Atlético. A exigência ao extremo é uma das minhas principais características, pego no pé de todo mundo. Pessoas que não gostam de trabalhar assim, não funcionam comigo. Essa é a minha linha de vida e profissional. Por mais que pareça que sou um homem e diretor sério, eu também gosto de sorrir com todos. Gosto de pessoas, quando me excedo em algo procuro no mesmo momento concertar. Somos seres humanos, todos nós erramos. E no futebol isso acontece de forma rotineira, por isso é importante ser centrado e equilibrado para buscar solução do dia a dia do meu trabalho. Eu gosto de MPB, de sertanejo Leonardo, Eduardo Costa, entre outros. Sou um cara atualizado e simples”.
A TEMPORADA
“Nós trabalhamos para montar um elenco visando toda a temporada. Sabíamos da qualidade do elenco. Foi identificado um problema pontual na preparação física, hoje trabalhamos com dados. Na pré-temporada que fizemos para o BR, verificamos que os atletas gostariam de ficar no Atlético, buscando seu melhor desempenho em campo. Sentimos um clima favorável. Foi em cima de poucos ajustes que demos continuidade no trabalho”.
ANSIEDADE
“É evidente que, chegando ao fim do campeonato, todos vão ficando ansiosos, queremos o mais rápido possível conquistar o acesso, que está bem próximo. O jogo será muito importante, talvez pela rivalidade histórica fique ainda mais complicado. Ninguém quer perder, mas sinto que nosso clube está bem equilibrado para o confronto”.
ELOGIOS – FELIPE
“Estou aprendendo todos os dias. Eu fui como o Felipe Albuquerque, tive a determinação de evoluir na minha carreira. Não me sinto superior a ninguém, e desejo sorte a ele na sua caminhada. Primeira coisa para se dar bem no futebol é a busca da disciplina e organização. Acima de tudo, o profissional deve aprender com erros e crítica. Não tenho preocupação com minha índole, meu caráter e princípios. Isso é o primordial na minha vida. Procuro a cada dia buscar evolução no dia a dia, integração no ambiente de trabalho. Gosto de ouvir a comissão técnica para no fim tomar as minhas decisões, eu tenho meu direcionamento”.
ENSINAMENTO
“O que fica de ensinamento é que, quando existe convicção e a confiança no potencial do elenco, você tem que dar continuidade. Justamente isso é o importante. Outros fatores ajudam, como ter um treinador que possui filosofia atualizada. Pode trabalhar em um ambiente leve. O que é muito difícil de administrar, mas foram variáveis que desequilibraram durante o campeonato”.
SAÍDA
“Já tive próximo de deixar o Atlético, em alguns momentos que não estava suportando as dificuldades. Contudo, meu destino foi traçado para realizar um trabalho de longo prazo aqui no Atlético. Não sei o dia que vou sair, mas isso vai acontecer. Me sinto bem aqui, tenho raízes no clube. Não sou unanimidade, ninguém é. Talvez pela minha forma de ser, organizado, perfeccionista. O Atlético será um clube respeitado, bom ambiente, os setores funcionam da forma correta. O gestor tem que acompanhar todos os setores do clube”.
OS ACERTOS
“Tive muito acertos, sem querer reconhecimento. Futebol é esporte de momento. Montei vários times de muita qualidade, conquistamos mais do que títulos, o respeito local e nacional. Onde o Atlético vai, é reconhecido pela sua história no futebol brasileiro, sendo respeitado e visto como um clube importante no cenário nacional”.
“Nunca fui preso ao plano A, sempre tive um plano B. Montei times fantásticos no papel, mas em campo não rendeu o esperado. No entanto, não tenho o melhor. É possível criar uma seleção de jogadores que foram muito importantes. O atual elenco é um dos mais respeitados e valorizados que já tive. Foram mais de 30 rodadas dentro do G4. Não existe arrogância e soberba. Uma das coisas que valorizo é a busca por pessoas que trabalham em todos os momentos: na vitória e derrota. Que procuravam evolução, são bons profissionais e defendam seus princípios. Pessoas de palavra”.
PRINCIPAL ERRO
“Em alguns momentos, em 2012, após a realização do Brasileiro, eu perdi o real tamanho do clube. Quando começa a comparação com outras equipes é sinal que tem algo errado, o profissional não pode esquecer sua essência. Fizemos um grande investimos em alguns atletas, como o Willian, atual atacante do Avaí, que não vingou fisicamente e emocionalmente. As coisas naquela época não aconteceram como era desejado. A temporada seguinte foi reflexo de 2012, foi difícil sobreviver. E essa situação permaneceu até 2014. É algo que se tivesse a oportunidade de fazer de novo, eu não faria”.
OS SONHOS
“Não sonho coisas irreais, tenho minhas metas profissionais. Adoro futebol, a adrenalina. Meus objetivos são, por exemplo, usando a atual temporada, colocar o Atlético na Série A; e se possível conseguir o título. Vou ficar muito feliz com esse possível caneco. Quero continuar fazendo história aqui. Quando cheguei, o Atlético tinha nove títulos estaduais e um da Série C. Hoje temos mais quatro do Goiano e mais uma taça da Terceira divisão. A conquista da Série B seria fundamental para incrementar ainda mais minha história do clube”.
“Sobre a presidência, é um assunto de muito cuidado para não tirar o foco principal de subir para Série A. Lógico que existem problemas de divergências de pensamentos, mas há uma situação positiva no Atlético: não existe vaidade e coisas que atrapalham o ambiente do clube”.
“O clube me fornece toda uma estrutura e liberdade para trabalhar, vivo o clube 24 horas. Não posso reclamar de nada, mas se um dia for importante e necessário (…) Chegar na CBF com um cargo de dirigente máximo, com uma representatividade maior (…) O importante é o clube manter a linha de pensamento com funcionários que não olhem seu bem estar e pensem acima de tudo no crescimento do clube.”.
A MENSAGEM
“A mensagem que deixo para o torcedor atleticano, é que continuem mudando a forma de assistir e viver o futebol. Não existe alegria sem os torcedores, temos que viver isso. A torcida do Atlético é parte da minha família. Eles tem muito o meu perfil, sou amante do esporte assim com eles. Gosto muito das cores do Atlético. É o time da família, cada dia desejo consolidar esse perfil com eles”.