O futebol mundial amanheceu em luto nesta terça-feira (29) com a maior tragédia da história do futebol brasileiro. O avião que transportava a delegação da Chapecoense, que disputaria na próxima quarta-feira o primeiro duelo da final da Copa Sul-Americana, em Medellín, Colômbia. Ao todo, 81 pessoas entre comissão técnica, staff, jogadores e tripulação estavam na aeronave, até o momento seis passageiros foram retirados com vida dos destroços.
Porém, ao longo da história acidente aéreos já vitimaram delegações de clube de futebol, mas nenhuma delas com tanto mortos como a desta terça-feira.
Torino
O ano de 1949 ficou marcado pela tragédia de Superga, com o brilhante elenco, o Torino, tetracampeão italiano retornava com a delegação de um amistoso em Lisboa contra o Benfica. Prejudicado por um forte nevoeiro, o avião chocou-se com o campanário da conhecida Basílica de Superga, em Turim. Todos os 42 integrantes, incluindo elenco, morreram na hora.
Na ocasião, o Torino era o maior time da época. Cerca de 500 mil pessoas acompanharam os funerais. O Grande Torino, como era chamado na época partia para o 5º scudetto consecutivo e ainda tinha compromissos com o Campeonato Italiano, foi necessário o uso de jogadores juvenis. No entanto, os demais clubes, em solidariedade, fizeram o mesmo, e com isso o pentacampeonato do Toro foi conquistado.
Traumatizada com a tragédia, a Itália veio para a Copa no Brasil em 1950 de navio. A Azzurra sofreu duro golpe ao perder seus principais jogadores e sequer passou da primeira fase.
Manchester United
Nove anos depois, em 1958, outro acidente aéreo matou 23 integrantes da delegação do Manchester United, da Inglaterra. Nos anos 50, os Red Devils encantavam o mundo com futebol ofensivo e recompensado pela conquista de taças. Após a partida do gigante inglês contra o Estrela Vermelha, de Belgrado, pelas quartas-de-final da Liga dos Campeões da Uefa, o voo BE609 da Bristish Airways regressava para Inglaterra, mas acabou abatido por uma tempestade de neve quando tentava decolar pela terceira vez do Aeroporto de Munique.
Entre os 23 mortos na delegações estavam o craque do English Team, Duncan Edwards. Conhecido como o maior jogador da história do futebol inglês, Sir Bobby Charlton, que recentemente foi homenageado com nome de uma tribuna do Old Trafford, foi um dos sobreviventes. Oito anos depois ele ajudaria a seleção da Inglaterra a conquistar sua única Copa do Mundo.
Alianza Lima
Em 1987, o avião Fokker F27, de propriedade da Marinha peruana, caiu no mar. Dos 44 tripulantes, apenas o piloto sobreviveu. Todos os jogadores do elenco do Alianza de Lima, comissão técnica e líderes de torcida morreram na hora. O clube era líder do Campeonato Peruano e voltava de Pucallpa, onde havia enfrentado o Desportivo. A equipe foi obrigada a recrutar jogadores da base e aposentados voltaram a vestir a camisa do clube, no entanto, o Alianza também acabou perdendo o título nacional. Investigações apontaram posteriormente falha humana.
Dinamarca e Zâmbia
Houve seleções que também foram vitimadas no ar. Em 1960 logo após a decolagem, em Copenhague, oito jogadores dinamarqueses não sobreviveram a queda. No dia 27 de abril de 1993, um avião da Força Aérea de Zâmbia, modelo DHC-5D Buffalo, que se dirigia para o Senegal, onde a seleção de Zâmbia disputaria uma partida de eliminatórias da Copa do Mundo, caiu no mar. No acidente morreram todos os 30 ocupantes do voo, que eram da delegação de Zâmbia.