Técnico da Seleção Brasileira, Tite concedeu entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (22) após o último treino visando a partida com o Uruguai.. A Rádio 730 acompanhou, direto do estádio Centenario, com os repórteres Juliano Moreira e Arthur Magalhães. O clássico está marcada para iniciar às 20 horas (de Brasília).
Na entrevista, o treinador comentou a tradição do clássico contra o Uruguai e foi bastante questionado sobre escolha de Roberto Firmino para o ataque. Tite também comentou a escolha de Miranda como capitão, o excelente momento das duas equipes e confirmou uma certa expectativa para garantir, de uma vez por todas, a vaga na Copa do Mundo de 2018.
Confira a entrevista completa:
A tradição do confronto
– A cada convocação eu me renovo na função que tenho de exercer. A grandeza do jogo, das tradições, das colocações e grandes campanhas de Brasil e Uruguai. Esse é o cunho maior de todo espetáculo. Eu garotão, 1×0 para o Uruguai, Copa do Mundo, Tostão dá um tapa do lado esquerdo e Clodoaldo empata. Acaba o primeiro tempo e eu suspiro. Nós gaúchos temos hábitos parecidos com o Uruguai, em termos competitivos, leais. O Grêmio veio enfrentar o Nacional na Libertadores, lotado o estádio, classificamos empatando 1×1 no final. Jogo muito difícil”.
O que se esperar do Brasil?
– Que a equipe jogue muito, mostre sua cara, saiba da diversidade, que haverá momentos de impor, ser melhor e dominar, mas terá momentos de marcar e sofrer. São as equipes que melhor atacam e defendem, os números dizem isso. Esse enfrentamento. Gostamos mais do jogo apoiado e Uruguai tem verticalidade muito grande. Eu ficaria feliz se jogasse muito. Todos os jogos de eliminatória têm essa característica do contato. Leal, forte, mas não vai ser só aqui. O amistoso contra a Colômbia, principalmente depois que fizemos 1×0. O futebol é assim.
– A equipe e o técnico estão em construção. Eu estou em construção na Seleção. As duas melhores campanhas se enfrentam, e isso por si só, com todos os argumentos, defesas, ataques, capacidade de reação do Uruguai, nosso jogo contra a Argentina, tudo isso é levado em consideração.
Poderio do Uruguai
– O Uruguai venceu seus seis jogos em casa, em cinco saiu vencendo no primeiro tempo. Ele imprime ritmo muito forte, são características de um jogo muito vertical, Sánchez com muita velocidade, bate bem na bola, tem Cavani, opções ofensivas, Rolán trabalhando por dentro. Crístian pelo lado. O que nós vamos procurar fazer é repetir um padrão, marcar onde a bola estiver.
– Não conheço nenhum técnico no mundo, Tabárez com 11 anos é o mais longevo, que não tenha atletas de qualidade. Ele foi semifinalista em 2010, campeão da Copa América em 2011, com qualidade de atletas. A essência são atletas de qualidade e com nível de inteligência alto. Inteligência do jogo. Não vão trazer pra mim algo que não é meu. É parte minha.
Ausência de Luis Suárez
– É o senso de equipe, sei da capacidade e qualidade do Suárez, do Muslera, mas equipe é forte e campanha do Uruguai jogou os primeiros quatro jogos sem o Suárez. Construiu campanha com senso de equipe forte, por melhor que seja o Suárez, um grande jogador.
Opção por Firmino no time titular
– Grandes momentos do Firmino no Liverpool, o Diego Souza da mesma forma, principalmente ano passado no Sport, referência no Campeonato Brasileiro. Firmino tem entrado bem, inclusive fazendo gol, se justifica por si só a escolha dele. Firmino dá mais jogo apoiado de triangulação, Jesus ataca mais espaço, com bola mais em profundidade.
– Não estou dando entrevista para os familiares dos atletas ouvirem e falarem para eles. Objetivo é ser leal comigo mesmo. Há atletas de alto nível, todos com condições de brigar. Nível de exigência e competição é aqui em cima. Tanto que fiz trabalho tático com todos. Equipe é forte, não a individualidade. Por isso nossa campanha.
Rodízio de capitães
– Todos têm responsabilidade, importância, então assumam todos um pouquinho. Experiência conta um pouquinho, o Miranda tem essa rodagem.