“Esses dias atrás liguei para o Paulo e o convidei para um almoço. Ele disse que iria viajar, que voltaria no dia 28, e que me ligaria para marcarmos um almoço”. Assim o secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (Secima), Vilmar Rocha (PSD), descreveu um dos últimos contatos que fez com Paulo Garcia (PT).
Segundo Rocha, após o final de 2016, término da gestão do petista à frente da Capital, a tentativa era fazer com que Garcia permanecesse na política, e que disputasse as eleições para a Câmara Federal em 2018.
“Eu conversava com ele para que ele não deixasse a política. Era para ele ser candidato a deputado federal na próxima eleição representando a região metropolitana de Goiânia, e convidei ele para vir para o PSD. Ele não tinha dito que iria filiar, mas ele tinha admitido que iria conversar. Ele não deu a palavra final, não disse que não viria, mas abriu a discussão”, afirma.
Ainda de acordo com Vilmar Rocha, o então ainda novo Paulo Garcia teria futuro no cenário político, principalmente represententando a grande Goiânia em nível nacional. “Um cara de 58 anos, foi deputado estadual, vice-prefeito, prefeito. Acho que o próximo passo seria ser candidato a deputado federal para representar a região metropolitana de Goiânia. É uma região grande, que tem muitos problemas ele tinha toda qualificação para isso”, avalia.
O titular da Secima descreveu o tipo de gestor público ao que Paulo Garcia se encaixava. “Ele tinha um estilo próprio. Ele não era demagogo nem populista. Acho até que isso o prejudicou um pouco durante a gestão. Por exemplo, nos anos que ele foi prefeito, o Paulo não ia em nenhuma solenidade à noite. Há dois tipos de gestores, aqueles que se preocupam com coisas do dia-a-dia, o feijão com arroz da administração, e aqueles que se preocupam com obras mais estruturantes, e este último era o perfil dele”, analisa.