Quarenta cidadãos começam nesta quinta-feira (17), tratamento contra o vício em cigarro com apoio de equipe multiprofissional do Centro Integrado de Assistência Médico-Sanitária (Ciams) Pedro Ludovico. Os encontros semanais, que ocorrem até outubro, sempre às 17 e às 18 horas, fazem parte do Programa de Combate ao Tabagismo, iniciativa da Prefeitura de Goiânia calcada em modelo cognitivo comportamental e apoio medicamentoso para reduzir a prevalência de fumantes e, por consequência, a mortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco. Goiânia é a oitava capital do Brasil com maior incidência de fumantes, de acordo com informações da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
Com taxa de 10,4% de fumantes entre a população goianiense, apenas Porto Alegre, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Florianópolis, Campo Grande e Rio de Janeiro têm percentuais de dependentes acima dos registrados em Goiânia. São esses cidadãos que o Programa de Combate ao Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) visa atingir. “Historicamente, mais da metade dos pacientes inscritos no Programa consegue alcançar êxito e deixar o hábito de fumar. Atingimos resultados satisfatórios, muitos conseguem deixar o tabagismo com a ajuda da nossa equipe”, afirma o coordenador-geral do Ciams Pedro Ludovico, Gleydson Melo.
Os bons resultados alcançados pelo programa, que completa 10 anos de existência na Capital este ano, são validados pelo próprio levantamento da Vigitel. Apesar do número expressivo de fumantes, o quantitativo de dependentes em Goiânia registra queda. Entre 2010 e 2015, houve redução de 4,6% no percentual da população que fuma habitualmente. Em 2010, 15% dos goianienses eram fumantes. Um ano depois, 2011, houve recuo para 11% da população. Desde 2013, a taxa se mantém estável em 10,4%. Nesse mesmo período, o Ministério da Saúde (MS) também aponta diminuição de 47,6% no total de fumantes passivos no trabalho, a quarta maior redução identificada entre as capitais do País. Também efeito da Lei Antifumo, que completa seis anos este ano, e maior conscientização sobre o tema. “Todos ganham com a redução no número de fumantes, a sociedade e a pessoa que deixa o vício. Ela ganha em qualidade de vida e ganha economicamente, já que deixa de gastar com o cigarro. Nós temos, por exemplo, caso de usuário que chega ao programa fumando duas carteiras de cigarro por dia”, conta Gleydson Melo.
Dessa vez, o atendimento no auditório do Ciams Pedro Ludovico foi dividido em duas turmas, cada uma composta por 20 pessoas. O suporte ao primeiro grupo começa às 17 horas e ao segundo, às 18 horas. De acordo com Gleydson, a unidade foi a primeira do país a oferecer auxílio noturno às pessoas que buscam tratamento contra o tabagismo. “Trabalhamos em horário diferenciado para podermos alcançar pessoas que trabalham o dia todo e só têm o período noturno para cuidar da saúde. Eles querem parar de fumar e precisam desse apoio do serviço de saúde. Então, nos adequamos à realidade desses cidadãos”, justifica. Para apoio a esses pacientes, a unidade dispõe de equipe multiprofissional composta por assistente social, enfermeira, clínico geral, pneumologista, psicólogo, odontólogo, nutricionista e farmacêutico. Além de servidores da Prefeitura de Goiânia, atuam no projeto alunos do curso de enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e docentes de nutrição da Universidade Federal de Goiás (UFG). O intercâmbio com as universidade visa estimular a promoção da saúde e compartilhar boas práticas.
Inscrições
Em geral, a unidade abre quatro turmas por semestre. Cada ciclo tem duração entre 45 e 60 dias. Os encontros acontecem no auditório do Ciams Pedro Ludovico. Interessados em participar do programa devem procurar o serviço social do Centro Integrado de Assistência Médico-Sanitária. A assistente social fará o cadastro e notificará os interessados sobre a data de início dos encontros. As turmas são formadas sempre que há grupo de 20 pessoas cadastradas para o tratamento. Em 10 anos, o Ciams Pedro Ludovico já atendeu mais de três mil cidadãos dependentes de cigarro. Desse total, aproximadamente 1,5 mil conseguiram deixar o vício.
Da Prefeitura de Goiânia