Familiares das vítimas que ficaram feridas após o atentado na escola particular do Conjunto Riviera, ocorrido no final da manhã desta sexta-feira (20), conversaram com a repórter Giuliane Alves, da 730, na tarde de hoje, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Ivan Aragão, que é tio de Marcela Rocha Macedo, de 13 anos, conta que soube da notícia por meio de um grupo em um aplicativo de mensagens da família. “Eu estava no trabalho quando meu irmão mandou no grupo da família pedindo socorro e relatando o ocorrido. Eu, desesperado, já vim direto para o Hugo, já sabia que ela viria para cá, e avisei os demais familiares. Cheguei aqui e aos poucos fomos obtendo informações de que crianças tinham sido mortas e aí agravou mais a nossa preocupação”, relata.
O pai da Marcela é funcionário da escola onde um adolescente de 14 anos abriu fogo contra os próprios colegas por volta das 11h50 desta sexta, deixando dois mortos e quatro feridos. Ele conseguiu socorrer a filha e encaminhá-la para a unidade de Saúde.
O tio conta que Marcela sempre quis ser médica, que a mãe mora no exterior e que a menina estava se preparando para ir visitá-la no final do ano. “O pai dela sempre deu total liberdade para ela estudar isso que ela gosta. Como a mãe mora fora e há uma estrutura melhor fora do país, há essa ideia de ela ir embora no final do ano. A gente vai ter o último aniversário dela aqui, que será na quarta-feira (25)”, pondera.
Ivan conta que o pai da adolescente só conseguiu se acalmar quando soube que a filha já não mais correria risco de morte, e elogia a postura do irmão em tomar a iniciativa de buscar socorro para ela por conta própria.
“Está mais calmo, mas não está 100%, está todo ensanguentado ainda, porque foi ele que trouxe ela nos braços para o hospital antes que o socorro chegasse. Acho que essa atitude dele foi bastante válida, pois chegou a tempo ainda”, conclui.
Preocupação
O jovem Hyago Marques Barbosa, de 13 anos, foi alvejado por um dos tiros, mas os exames constataram que nenhum órgão vital foi atingido. A irmã dele, Karine Marques, conta que também soube do ocorrido por meio das redes sociais. Apesar do alívio de saber que o irmão não corre risco de morte, ela se diz preocupada com a saúde mental dos jovens de hoje, e teme que novas tragédias possam acontecer.
“Estamos aguardando o laudo dessa tomografia. Tivemos notícia de que a bala passou próximo à aorta, mas não chegou, graças a Deus, a atingi-la. Eu estava no trabalho e, por meio de rede social, meu namorado comentou comigo que havia acontecido uma tragédia no nosso setor. Acredito que enquanto a saúde mental não for tratada com a mesma gravidade que a saúde física, a gente vai continuar tendo tragédia atrás de tragédia”, lamenta.