(Foto: Reprodução / Internet)
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O editor-executivo do Intercept Brasil, Leandro Demori, disse nesta quarta-feira (12) à Sagres 730, que a série de reportagens publicadas neste domingo (9) não foi contra ninguém, ou seja, não foi contra o ministro Sérgio Moro, o procurador da República, Daltan Dallagnol, nem contra a Lava Jato, mas apenas revelou informações de grande interesse público.
Ele se refere às revelações das conversas por meio do aplicativo Telegram entre procuradores da República que integram a Força-Tarefa da Lava Jato e entre o chefe da operação, o procurador Daltan Dallangol e o ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.
“A Lava Jato também pode ser cobrada”, disse Demori ao ser questionado sobre a reação contrária de apoiadores do ministro e da Operação Lava Jato às revelações do site. Nas conversas que The Intercept teve acesso, “por meio de uma fonte anônima”, Moro cobra de Dallagnol agilidade na deflagração de novas fases da operação, antecipa uma decisão em um processo, reclama de o Ministério Público ter recorrido de uma de suas decisões, dá pistas para a investigação e orienta o trabalho dos procuradores.
“Os procuradores e o juiz sempre repetiram que a Lava Jato era imparcial e técnica. Esse vazamento mostra que a imparcialidade do juiz foi por água abaixo”, afirmou Leandro Demori. Para ele, também não são aceitáveis argumentos de que os fins, o combate à corrupção endêmica no Brasil, justificam os meios, a colaboração entre magistrado e Ministério Público.
“Não existe um mal menor que possa ser feito em nome de combater um mal maior”, disse. Para ele, se cada juiz em cada canto do Brasil decidir fazer um “mal menor” em prol de um “mal maior”, o país corre o risco de assistir a “injustiças históricas”. Para ele, a proximidade entre juiz e procurador “é perversa e ilegal” e não pode acontecer “em hipótese nenhuma”.
The Intercept Brasil vai publicar novas reportagens sobre o material que está em seu poder, mas Demori não adianta quando isso ocorrerá. Ele conta que o site recebeu o conteúdo há cerca de três a quatro semanas, que ele é muito extenso e que a equipe trabalha com “a prudência e calma que os jornalistas devem ter” na apuração e produção das reportagens.
Em um texto publicado junto com as reportagens, o site explicou por que decidiu revelar as conversas entre procuradores e o ex-juiz. “Informar à sociedade questões de interesse público e expor transgressões foram os princípios que nos guiaram durante essa investigação, e continuarão sendo conforme continuarmos a noticiar a enorme quantidade de dados a que tivemos acesso. O enorme volume do acervo, assim como o fato de que vários documentos incluem conversas privadas entre agentes públicos, nos obriga a tomar decisões jornalísticas sobre que informações deveriam ser noticiadas e publicadas e quais deveriam permanecer em sigilo.”
Demori explica que o Intercept é um site progressista, que trabalha para manter “poderosos na linha” e que defende todos os princípios da carta da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O fundador do site é o jornalista norte-americano Glenn Greenwald. Ele foi o autor das reportagens publicadas pelo jornal inglês The Guardian com os arquivos de Eduardo Snowden. O ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos revelou ao mundo espionagem do governo americano em vários países, inclusive o Brasil.
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