O assunto mais comentado durante este final de semana, com certeza, foi a lesão de Neymar e o impacto da ausência dele dentro do grupo para a semifinal contra a Alemanha, na próxima terça-feira, 17h, no Mineirão, em Belo Horizonte. O Brasil será competitivo sem seu principal astro?

No primeiro momento até achei que era mais um show teatral do jogador brasileiro. No entanto, ele ficou estático, sentia muitas dores, médico e companheiros se preocuparam com o jogador. No passo seguinte, ver a imagem em câmera lenta. Neymar olha a bola e tenta fazer a proteção. Zuñiga, o colombiano, vai direto para o contato com o atleta brasileiro. Pelo tempo que acompanho o futebol, intimidações são corriqueiras dentro das quatro linhas. Imposição pela força física. Até acredito que o defensor colombiano não queria quebrar uma vértebra do camisa 10 da seleção, mas quis intimidá-lo, quis ameaçá-lo, quis marcá-lo com pressão psicológica.

O futebol é um esporte onde a disputa não se restringe ao âmbito competitivo. Transcende o território esportivo e reflete a disputa humana. Ocupação de território, auto-afirmação de uma posição social e principalmente a afirmação da própria virilidade/masculinidade.

No entanto, o choro do Neymar não está condicionado a dor física da fratura na terceira vértebra. Esta é suprimida com analgésicos. A dor de ver seu sonho desmoronar diante da irresponsabilidade de um terceiro, isto dói mais, frustra mais porque a “derrota” não estava sob o próprio controle. Não há pedido de desculpas que possa aliviar esta perda. E esta dor, eu entendo muito bem… dói, machuca e rasga o peito cada vez que se lembra…

A Fifa adotou uma postura implacável com o atacante uruguaio Luis Suárez por causa da mordida no zagueiro italiano. Suspensão em jogos, meses e multa. A mordida e a joelhada são atitudes anti-desportivas. A posição vai ser a mesma? Será que é tão difícil esperar imparcialidade e padrão da entidade que comanda o futebol mundial?

Dentro de campo, espero que o Brasil se reinvente. Com Neymar em campo, o futebol era pouco agradável, vamos ver se sem ele, o Brasil vira um time coletivo e a seleção reaja diante da poderosa Alemanha. Ele era importante, mas foi decisivo em menos da metade dos jogos. É um jogador acima da média que ainda alcançará seu ápice. Nunca vi um time ser campeão sendo montado o esquema em cima de apenas um jogador. Sem esta dependência, quem sabe o grupo de Felipão deixe de ganhar jogo e passe a ganhar campeonato.