A cidade precisa de investimentos e o fato é que a Prefeitura de Goiânia busca recursos para dar andamento às obras. Impedido pelos vereadores de aumentar o valor do IPTU, que acrescentaria aos cofres algo em torno de R$ 90 milhões, a administração municipal precisou encontrar uma saída para o estrangulamento imposto pela decisão.

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O Executivo enviou à Câmara Municipal a proposta de desafetação de 18 áreas públicas. Espaços que poderiam ser melhores aproveitados pela iniciativa privada, uma vez que sem recursos, dificilmente seria possível transformá-los em algo mais produtivo para sociedade. É uma relação de causa e efeito natural. Os recursos provenientes da negociação poderão garantir que obras estruturantes extremamente necessárias deixem o papel. Calcula-se que, com a venda dos terrenos, a prefeitura arrecade cerca de R$ 250 milhões.

Cofres vazios significam terrenos vazios. Um ciclo que não interessa ao goianiense. Enquanto uma ampla reforma tributária não for levada a diante no Congresso Nacional, os municípios não podem ficar com o pires na mão dependendo da boa vontade do governo federal. É preciso buscar alternativas – e a venda de lotes é uma opção que foi utilizada antes, inclusive pelo governo do estado. Nada mais natural, nada mais democrático.

As demandas do município crescem em progressão. O trânsito da capital é problemático, o alto índice de migração afeta todos os pontos dos serviços públicos, da educação à saúde. Tudo essa gama precisa ser bancada de alguma forma. O dinheiro precisa sair de algum lugar. É possível discordar de como determinada verba é aplicada, mas negar a situação delicada por que passam não apenas Goiânia, mas todos os municípios do estado é fechar os olhos para a realidade.

Espera-se apenas parcimônia na hora de definir as vendas das áreas públicas. Observar bem o custo benefício de cada negociação. Os vereadores tem o dever de auxiliar nesse processo, buscar o acordo e o consenso, e não colocar objetivos políticos como prioridade. O equilíbrio dos poderes não significa impor pontos de vista, tanto para o Legislativo como para o Executivo, mas encontrar o consenso priorizando a sociedade. A oposição tem todo o direito de se posicionar, como tem o compromisso de cooperar para a governabilidade de Goiânia.

Acima de tudo, é preciso unir forças para defender os interesses de Goiânia e de Goiás. A bancada federal tem o dever de começar um processo de pressão para realizar as reformas necessárias para assegurar o mínimo de autonomia para os municípios e o estado. Nesse aspecto, a reforma tributária e um novo pacto federativo são medidas urgentes que não podem mais ser adiadas.
A venda de áreas públicas é necessária, assim como também é preciso reduzir o tamanho da máquina pública em todas as esferas. É a alternativa viável para resolver o problema. Goiânia precisa de investimentos e a capital não pode parar.