Começou nesta terça-feira (20) o período oficial de inscrições das chapas que disputarão a Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) para o mandato de 2026 a 2029. A etapa é conduzida pela Comissão Organizadora da Consulta à Comunidade Universitária (COC/UFG) e segue até esta quarta-feira (21), conforme prevê o edital.
Até o momento, duas pré-candidaturas se apresentam para a disputa: a atual vice-reitora da UFG, professora Sandramara Chaves, e a professora Karla Emmanuela, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental. A confirmação das chapas registradas será divulgada na quinta-feira (22), dando início oficial ao processo de campanha.
Consulta
A eleição da Reitoria ocorre por meio de consulta pública paritária e com voto direto e secreto. A votação está marcada para os dias 24 e 25 de junho, e será realizada pelo sistema eletrônico SIGEleição. Para servidores aposentados que não têm acesso digital, haverá a possibilidade de voto presencial em urnas físicas, em locais que ainda serão definidos pela comissão.
A COC/UFG é formada por representantes das quatro entidades que integram a comunidade universitária: ADUFG-Sindicato, Sint-IFESgo, DCE-UFG e APG-UFG. Atualmente, a presidência da comissão está sob responsabilidade do Sint-IFESgo, por meio do dirigente Fernando César Silva Mota.
Os segmentos com direito a voto são: docentes, técnicos administrativos e estudantes de graduação, pós-graduação stricto sensu e CEPAE. O modelo da consulta prevê pesos proporcionais: 70% para docentes, 15% para técnicos e 15% para estudantes.
Candidatas têm trajetórias distintas
A professora Sandramara Chaves, que já ocupou os cargos de vice-reitora e reitora interina entre 2018 e 2021, concorre com uma proposta de continuidade e fortalecimento da universidade pública. Ela liderou a chapa mais votada na consulta de 2021, mas não foi nomeada pelo então presidente Jair Bolsonaro, fato que reacendeu o debate sobre a autonomia universitária.
“Defendemos uma UFG que atue com coragem, sem renunciar ao diálogo com a sociedade e com a comunidade universitária. Nosso compromisso é com uma universidade viva, atuante e de excelência”, afirmou Sandramara em entrevista ao Sagres Online.
Já Karla Emmanuela representa uma candidatura com foco na descentralização e renovação da gestão universitária. Com experiência nas áreas de planejamento urbano, meio ambiente e políticas públicas, ela conta com o professor Eliomar Araújo como vice em sua chapa.
“A gestão atual está no poder há duas décadas. A UFG cresceu, mas muitas áreas continuam sem consolidação adequada. Falta escuta, falta diálogo, falta enfrentamento às desigualdades internas”, defendeu Karla em sua entrevista ao Sagres Online.
Entrevistas ao vivo na Sagres
As duas pré-candidatas à Reitoria da UFG também participarão de entrevistas ao vivo no Sistema Sagres de Comunicação. A professora Karla Emmanuela será entrevistada no dia 27 de maio (segunda-feira), às 15 horas. Já a professora Sandramara Chaves participa do programa no dia 3 de junho (segunda-feira), no mesmo horário. Ambas as conversas irão ao ar dentro dos programas Pauta 1 e Pauta 2, com apresentação dos jornalistas Jéssica Dias e Samuel Straioto.
As entrevistas integram a cobertura especial do Sistema Sagres sobre o processo eleitoral da UFG, reforçando o compromisso com o debate público e a transparência institucional.
Do voto à nomeação
Embora a consulta seja conduzida de forma democrática, o processo tem caráter consultivo. O resultado da votação será submetido ao Conselho Universitário (Consuni), que elabora a lista tríplice a ser enviada ao Ministério da Educação. A Presidência da República, por sua vez, tem a prerrogativa legal de escolher qualquer um dos nomes da lista.
Apesar do costume de se respeitar o nome mais votado pela comunidade universitária, a prática nem sempre foi mantida. Em 2021, por exemplo, a atual reitora Angelita Pereira de Lima foi nomeada mesmo tendo ficado em terceiro lugar na consulta. O episódio gerou forte reação institucional e social.
Desta vez, a expectativa entre os setores da UFG é de que o resultado da consulta pública seja respeitado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou compromisso com a autonomia das universidades e, até o momento, tem mantido a prática de nomear os primeiros colocados nas listas tríplices.
Próximos passos
Após o encerramento das inscrições e a divulgação das chapas homologadas, a campanha terá início. Sabatinas, debates e apresentações de propostas devem movimentar os ambientes acadêmicos — tanto presenciais quanto virtuais — nas próximas semanas. O mandato a ser definido terá vigência de quatro anos, com início previsto para o primeiro semestre de 2026.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade.
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