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Rubens Salomão

Ação que pede inelegibilidade de Bolsonaro pode ir a julgamento no TSE em março

O andamento das ações que pedem a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve ser acelerado, de acordo avaliação entre ministros de cortes superiores. O entendimento é de que, inevitavelmente, o ex-presidente será condenado na esfera eleitoral e o julgamento, se antecipado, poderá ocorrer já em março.

Apuração do jornal Valor Econômico aponta que o Judiciário tem dado sinais de que será célere em punir os envolvidos em atos antidemocráticos. Além das prisões efetuadas desde a invasão das sedes dos três Poderes, os acontecimentos da última semana também devem impactar o andamento das ações que pedem a inelegibilidade de Bolsonaro. Ao todo, o ex-gestor responde a 15 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes).

O ministro do TSE, Benedito Gonçalves, é responsável por todas as ações que envolvem Bolsonaro e existe no Tribunal a expectativa de que a minuta golpista apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres seja anexada aos processos contra Bolsonaro que correm na justiça eleitoral. Há ainda conjunto de ações que da existência de um “ecossistema de desinformação” criado para beneficiar Bolsonaro nas redes sociais.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Inclusão

A pedido da Procuradoria-geral da República, o ex-chefe do Executivo passou a ser investigado também pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi incluído nas apurações sobre os atos terroristas de bolsonaristas em Brasília, no domingo (08). O motivo é um vídeo postado no Facebook de Bolsonaro que incita apoiadores do golpismo e do terrorismo.

Conteúdo

A postagem inclui trecho de entrevista do procurador do Mato Grosso do Sul, Felipe Marcelo Gimenez, sobre presidente Lula não ter sido eleito pelo voto, mas “pelo sistema eleitoral” e que, por isso, as Forças Armadas deveriam “intervir no sistema político para reestabelecer a ordem”.

Crédito: José Paulo Lacerda/CNI

Retomada

Na indústria regional, apenas cinco dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentam patamar de produção da indústria superior ao registrado antes da pandemia, em fevereiro de 2020. A informação é da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional (PIM-PF Regional) referente a novembro. Na indústria geral, o nível de produção está 2,2% abaixo ao do pré-pandemia.

Dados

Dos locais que têm patamar de produção superior ao início de 2020, a melhor situação é de Minas Gerais, com nível 6,6% superior, seguido por Mato Grosso (6%) e Rio de Janeiro (3,3%). Principal parque industrial do país, São Paulo se encontra com patamar da indústria 2% acima do registrado em fevereiro daquele ano.

Outro lado

A pior situação é a da Bahia (-26,7%), que perdeu a fábrica da Ford em Camaçari, região metropolitana de Salvador (fechada no início de 2021). O mesmo motivo ajuda a explicar a situação do Nordeste, com nível 22,1% abaixo do pré-pandemia. Outros quatro locais têm distância de dois dígitos em relação ao patamar produzido em fevereiro de 2020: Espírito Santo (-23,9%), Pará (22,7%), Ceará (-18,1%) e Pernambuco (-11,1%).

Por aqui

Os demais locais que operam com patamar inferior ao do pré-pandemia são Paraná (-9,7%), Santa Catarina (-4,6%), Amazonas (-3,9%) e Goiás (-2,7%).

Henrique Meirelles
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Realidade

Ex-presidente do Banco Central (Lula) e ex-ministro da Fazenda (Michel Temer), Henrique Meirelles não se mostra pessimista sobre o impacto dos atos antidemocráticos sobre a economia. A inédita invasão e depredação das sedes dos três Poderes por apoiadores de Bolsonaro não abalou o funcionamento das instituições, segundo ele.

Contexto

“O mercado reage com fatos, não meramente com interpretação. Evidentemente, se o mercado visse um risco maior de conflito institucional, seria um problema. Mas não é, as instituições estão funcionando normalmente”, afirmou Meirelles, em entrevista à BBC News Brasil.

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