O Atlético vai ter mais uma preocupação pela frente pensando na regularização de seus problemas trabalhistas. Visando a obtenção de todas as certidões negativas de débito, o clube precisará resolver uma “situação surpresa” que apareceu recentemente: uma ação trabalhista milionária movida pelo atacante Lucas Vinícius Ferreira da Silva, que hoje atua no Brasiliense, e que em 2013 teve um pré-contrato assinado com o Dragão.

O problema surgiu quando o jogador não se apresentou ao clube e o Atlético não se atentou em cancelar juridicamente esse pré-contrato. Com isso, o jogador, que atualmente usa o apelido de Luquinhas, entrou na justiça exigindo indenização do Atlético, já que após o pré-contrato assinado ele não conseguiu se registrar em nenhum outro clube brasileiro por constar na CBF que havia assinado esse pré-contrato com o Atlético.

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A decisão da justiça no Distrito Federal deu ganho de causa ao jogador, que pede o valor de 3 milhões e 110 mil reais. A sentença já está em fase de execução, mas cabe ao Atlético um último recurso. O diretor administrativo do Atlético, Sebastião Santana, reforça que o fato não pode impedir o Atlético de aderir ao Profut e correr riscos de ficar de fora das competições oficiais da CBF:

“Essa situação não complica situação com as CNDs da receita, que é a que poderia impedir do Atlético participar das competições. Essas CNDs estão todas em dia, o Atlético tem tudo certo, não há problema nenhum. O que implica essa ação é que não poderemos tirar a CND trabalhista no DF, e isso trava o recebimento de verba pública, proveniente de contratos de patrocínio ou qualquer outro, como por exemplo, o da Caixa”.

De acordo com o diretor administrativo, o processo se gerou em cima de uma falha do clube, principalmente do departamento jurídico, na época onde não se atentou à questão e, posteriormente, não tomou noção da ação movida:

“É um ex-atleta que entrou pelo tribunal Brasília e nós não tínhamos nem apurado isso, o Atlético não sabia e não cuidou devidamente, fizemos apenas uma última defesa. Não esperávamos que isso daria um problema desses, mas agora estamos tentando resolver. Vamos entrar em contato com a parte reclamante e ver como acertar da melhor maneira”, finaliza Sebastião.

O atual advogado do clube, Antônio Gomes da Silva, que assumiu o caso após o desligamento de Marcos Egídio do departamento jurídico do Dragão, confirmou o andamento do processo mas avisa que o clube entrará sim o recurso no Tribunal Superior do Trabalho de Brasília (TST-DF): “Ainda nos cabe um último recurso, que é no TST, onde vamos tentar anular esse valor, alegando que é um valor absurdo para um atleta que sequer atuou pelo clube”, declara.

Na última audiência do caso, o presidente Maurício Sampaio compareceu à audiência acompanhado do advogado Antônio Gomes, e fez em nome do Atlético uma proposta de acordo, no valor de 120 mil reais. A defesa do jogador rejeitou a proposta e a decisão foi para as mãos da justiça.