Lançado no final de 2011 pelo Governo Federal, o Programa “Viver sem Limite”, é um plano nacional de direitos para pessoas com deficiência. Em março de 2012, o Governador Marconi Perillo lançou o modelo estadual do programa, chamado de “Goiás Inclusivo”. O método, no entanto, foi alvo de denúncias na Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás (ADVEG), por não ter sido colocado em prática.
Para comentar o assunto, um debate foi realizado na Rádio 730 na manhã deste sábado (26). Estiveram presentes: o presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás (ADVEG), Alisson Azevedo; o assessor jurídico da Associação dos Deficientes Físicos de Goiás (ADFEGO), André Jonas; a professora Neuza Maria de Almeida, da Secretaria da Cidadania e Trabalho e a secretária de Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Cidinha Siqueira.
Cidinha Siqueira avaliou positivamente o debate. Segundo ela, a nível de educação, saúde, lazer e cultura, projetos já foram entregues pela pasta recém-criada na Prefeitura de Goiânia. Os desafios, para ela, são normais, pois cada pessoa faz parte do processo que torna a cidade mais inclusiva.
“Quanto mais debate com este tema, mais a gente pode avançar. Precisamos criar essa cultura da sociedade inclusiva. Não é só responsabilidade minha ou do prefeito, é responsabilidade de todos. A gente avançou muito com relação a outras capitais, mas precisamos avançar mais. O Eixo Universitário é mostra disso. Queremos caminhar junto com a sociedade”, ressalta.
No entanto, o processo de discussão, segundo o representante da ADFEGO, André Jonas, ainda é limitado. Ele acredita que a acessibilidade é uma evolução diária que deve ser levada ao conhecimento de todos. “É um processo revolutivo, muitas coisas já aconteceram, mas não podemos deixar de lado essa melhora no decorrer dos dias. Esse plano com amparo na Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência, tem muitas ações, muitas políticas públicas. A evolução acontece a cada dia”, acredita.
Alisson Azevedo, presidente da ADVEG, sabe que conversar com o poder público a respeito desse assunto tem sido difícil. No debate, ele avaliou a situação do transporte público da capital e garantiu que, para surtir efeito, a sociedade em geral precisa estar presente. “O mais importante é conquistar o apoio da sociedade. É a primeira vez que conversamos com os dois governos [estadual e municipal], em um debate aberto e democrático. Para nós, deficientes visuais, a situação do transporte público é precária. Nós não conseguimos identificar os ônibus, transitar pela rua com segurança, não tem semáforo sonoro e piso tátil”, declara.
O diálogo mencionado pelo presidente da ADVEG tem sido construtivo e com resultados, segundo a ADFEGO. A criação da Superintendência de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, por exemplo, é uma amostra. “Foi a partir dessas conversas que surgiu o Goiás Inclusivo. Após isso, o governador instituiu a Superintendência da Pessoa com deficiência. Esperamos que a superintendente seja uma pessoa com deficiência para ver a necessidade do segmento. As ações se tornam mais fáceis”, diz André Jonas.
O Presidente da ADVEG, por sua vez, sabe que mesmo sendo um direito do cidadão, é preciso que as leis entrem na proposta orçamentária dos governos. “É um direito de cidadania. Os governos precisam aprender a colocar no orçamento esses direitos da lei, porque senão eles nunca sairão do papel”, concluiu.