Em boa parte do mundo, crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo conectados. Segundo estudo do Comitê Gestor da Internet no Brasil, 80% da população do país entre 9 e 17 anos utilizam a rede, sendo que 66% deles navegam por ela diariamente.

O uso exagerado das mídias pode trazer uma série de problemas para o desenvolvimento dos jovens, como obesidade e insônia. Além disso, há também alguns perigos que a internet proporciona, principalmente para crianças. Será que os pais sabem qual o limite de uso de internet para os filhos?

De acordo com a pedagoga, especialista em psicopedagogia e terapeuta, Fabíola Sperandio, em entrevista no quadro Educação desta quarta-feira (2), no Cidadania em Destaque, é preciso limitar o uso dos aparelhos de acesso às mídias por parte das crianças.

“Tudo tem limite, é preciso sempre prezar pelo equilíbrio. É preciso achar esse equilíbrio diante das concepções familiares, diante da cultura de cada família. Hoje, os pediatras estão alertando os pais de recém-nascidos, porque já viram que precisa fazer parte da consulta o alerta. Crianças muito jovens, menos de um ano, já estão utilizando essa tecnologia e, muitas vezes, por um tempo que é prejudicial”.

De acordo com a especialista, os pequenos, ao ficarem por muito tempo concentradas em aparelhos como tablets, smartphones e até os próprios computados, podem ter a aprendizagem prejudicada em sala de aula.

“A criança quando está parada com o equipamentos eletrônico deixa de se movimentar, de brincar, de interagir, e dá o descanso pra família. O comodismo de ter aquela criança sentada com o aparelho na mão, acaba fazendo com que a família faça vistas grossas sobre este ato, e isso tem trazido sérios prejuízos inclusive na aprendizagem na escola”, ressalta.

Para Fabíola Sperandio, crianças com mais tempo à frente de aparelhos eletrônicos têm menos paciência para ouvir orientações dos pais. “As crianças estão menos pacientes para ouvirem informações dos pais. Os pais sentam para tratar de um assunto, fazer uma regra ou explicar o porquê que não pode determinada coisa, as crianças estão inquietas. A gente precisa acordar para isso, e o erro começa conosco, porque somos nós adultos que ensinamos a criança a ter contato com o aparelho”, aponta.

Ouça a entrevista na íntegra

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