“É como se um pai estivesse recebendo a notícia de uma tragédia com o próprio filho”. Foi dessa forma que o ex-prefeito de Catalão e presidente de Honra do CRAC, Adib Elias, tentou descrever o sentimento ao saber da desistência do CRAC da Série C e, consequentemente, o fechamento das portas do clube. Sempre ligado a política e ao futebol, Adib lembrou do momento que reergueu o clube e enumerou as façanhas com o Leão do Sul, em entrevista à Rádio 730.
“Quando assumimos, e pra isso a política é importante, o CRAC tinha uma dívida em 2001 de R$1,2 milhão e estava na Série B do Campeonato Goiano. Nós fizemos um trabalho árduo e nunca usamos o CRAC politicamente. Colocamos em ordem as dívidas, o CRAC não devia, o CRAC foi para a Série A do Goiano, fomos campeões em 2004, chegamos quatro vezes no quadrangular final, Copa do Brasil, Série C, onde ele se encontra hoje”.
Adib, que também foi diretor de futebol no time de Catalão, investiu no CRAC o quanto pôde no momento em que administrava a cidade, e revela que fez isso por crer que o esporte, em especial o futebol, é a propaganda mais rentável que uma cidade pode fazer no contexto nacional. Até por isso, sem querer entrar em polêmica, o ex-dirigente deu uma leve cutucado no atual prefeito, Jardel Sebba, que não autorizou a verba de R$480 mil para o clube, já aprovados pela Câmara Municipal.
“É um time que deu alegria, a paixão do povo de Catalão, e vejo isso com muita tristeza. Espero que as pessoas possam entender a importância que é o futebol, que é o esporte, porque é a forma mais rápida e mais barata para projetar um município para todo Brasil e até para o exterior”
Depois de uma reunião na tarde desta terça-feira, os jogadores entraram em acordo com a diretoria e muitos já deixaram Catalão, deixando o clube às moscas. Elson Barbosa, o Caçula, também apontou na 730 a dificuldade de dirigir. Seria o momento da volta de Adib ao clube? Se uma parte da torcida pensa que sim, o próprio garante que não voltará a tal posto, em hipótese nenhuma.
“De forma nenhuma, tá descartado isso. Não vejo o CRAC poder se reestabelecer sem que o poder municipal possa ajuda-lo, e nesse momento, como não tenho condições disso, é completamente impossível que isso possa acontecer”