A deputada estadual Adriana Accorsi (PT) criticou nesta quinta-feira (26), durante entrevista concedida com exclusividade à Rádio 730, as manifestações em apoio à Ditadura Militar e o crescimento de uma onda conservadora no Brasil.

Em março deste ano, dezenas de pessoas se reuniram na Praça Tamandaré, em Goiânia, para pedir intervenção militar. Na ocasião, foi tocada a música ‘Pra não dizer que não falei das flores’, de Geraldo Vandré, símbolo da resistência à ditadura. De acordo com Accorsi, este tipo de protesto não pode ser encarado do ponto de vista da “brincadeira”. “Talvez as pessoas precisem estudar mais a história do país para ver o quanto a ditadura foi triste para o Brasil. Hoje as pessoas se manifestam, mas se fosse na ditadura militar todos estariam levando borrachada da polícia na rua porque as manifestações eram proibidas. Se as redes sociais existissem na época, seria proibido falar mal do governo”, justifica Adriana.

Ao analisar o cenário político nacional, a deputada lamentou o fato de o plenário da Câmara Federal ter rejeitado a denúncia contra o presidente Michel Temer.

“É uma tristeza muito grande. Passamos por um momento extremamente sombrio no Brasil. O que mais me preocupa são as perdas de direitos trabalhistas. Ele (Temer) é um presidente que está sendo denunciado com graves provas. Eles estão impedindo que o presidente seja investigado. Isso é muito grave. Com isso, ele (Temer) se sente livre para continuar praticando atos prejudiciais para o país”, ressalta Adriana Accorsi.

Ao longo da sessão que marcou a rejeição da denúncia contra Temer, alguns parlamentares defenderam o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência. Segundo Accorsi, Lula é sim o nome forte do PT para as eleições de 2018. “Estamos colocando para apreciação, por parte da sociedade, uma pré-candidatura de um presidente que fez um governo no qual o Brasil desenvolveu. Foi um governo no qual as pessoas sentiam que o país estava se desenvolvendo”, enfatiza.

Pouco mais de um mês após chegar à Câmara, os deputados rejeitaram nesta quarta-feira (25). o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral). Foram 251 votos contrários à autorização para investigação, 233 votos favoráveis e duas abstenções. Com isso, caberá ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM), comunicar agora à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmén Lúcia, a decisão da Casa. Foram 486 votantes e 25 ausentes.

Acompanhe a entrevista completa:

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