Uma derrota pode alterar o percurso de um trabalho, mas uma derrota como a que o Atlético sofreu para o Ceará fere qualquer jogador que luta contra o rebaixamento. O Dragão perdeu por 3 a 1, mas não é nem pelo placar, e sim por estar melhor no jogo e tomar um gol bizarro, em uma infelicidade do volante Régis. Coube ao diretor de futebol do clube, Adson Batista, dar explicações e reconhecer que a luta contra o rebaixamento está cada vez mais difícil.

“Temos que honrar a camisa do Atlético, mas tá difícil demais. Enfim, o Atlético não vai acabar, tem que ter tranquilidade, só que nosso momento, nossa regularidade no campeonato mostra que a situação é muito difícil. Os jogadores tem buscado fazer o seu melhor, mas temos tomados gols em momentos cruciais da partida e, em cima dos nossos erros, o Ceará conseguiu uma grande vitória”

O presidente do clube, Valdivino José de Oliveira, chegou a insinuar que alguns jogadores do elenco não estariam se importando muito com o momento do clube, algo que Adson não acredita. Os atletas, desolados com o resultado, pediram para não conceder entrevista e o diretor de futebol os vê comprometidos com a causa rubro-negra. De qualquer forma, Adson Batista espera que o time tenha equilíbrio nos últimos cinco jogos.

“Hoje, 99% do grupo está envolvido na causa, eu vi isso no vestiário, fui de jogador em jogador para conversar. A gente está procurando equilíbrio para as coisas não piorarem, nossa crise é profunda e cada um tem a sua parcela. O que eu posso dizer é que, infelizmente, isso acontece no futebol, mas nós não deixar de honrar essa camisa jamais, vamos fazer esse cinco jogos com tudo e tentar enquanto for possível”

Tentando não jogar a toalha com antecedência, o dirigente rubro-negro adotou um discurso realista, de que o Atlético saiu do fundo do poço no início dos anos 2000 para a Série A e que isso poderia acontecer novamente, em caso de uma queda. Traçando um prognóstico quanto aos últimos confrontos, Adson acredita no clube, pelo menos nos jogos em casa, contra Sport e Guaratinguetá.

“Eu acho que o Atlético tem condição técnica para ganhar seus jogos aqui. É impossível jogar futebol quando acontece esse tipo de infelicidade como o 2º gol, fica difícil de recuperar, de tirar a carga negativa. O Atlético tem uma história muito bonita, vive esse momento difícil, mas não vai ser o último, temos que ter muita serenidade. Nós chegamos na Série A, reconstruímos esse clube e temos condição de fazer isso novamente”