O posicionamento mais incisivo buscando o retorno das atividades esportivas no estado de Goiás vem do CT do Dragão. Em constantes entrevistas, dirigentes do Atlético Clube Goianiense reiteram o desejo de retomarem os treinamentos, mesmo sem indícios de quando as competições voltarão. Entretanto, as autoridades governamentais e de saúde ainda não deram um aval para o pedido dos clubes.
Na reunião do Centro de Operações de Emergência do Estado de Goiás (COE) realizada nesta quarta-feira (20), mais uma vez a solicitação para treinamentos físicos e individuais nos CTs entrou em pauta. A recomendação não veio e o presidente atleticano, Adson Batista, lamentou a decisão.
“Eu vejo com muita preocupação porque as pessoas precisam assumir as responsabilidades, “jogar para a torcida” é muito fácil. Acho que eles deveriam vir conhecer os clubes, saber como funciona o nosso dia-a-dia. Acredito que o futebol está passando da hora de voltar, até porque nós temos protocolos rigorosíssimos. Vejo isso com tristeza e sinto que as pessoas não conhecem nosso ambiente, nós não podemos ser comparados com academia. Os outros estados que liberaram então estão errados? Vejo que nosso estado está na contramão. O futebol é feito de poucas pessoas e representa muito. Precisa avaliar caso a caso”, disse durante uma live no Instagram do clube.

Enquanto as equipes goianas seguem sem liberação para treinar, alguns times já realizam atividades pelo país. Adversário do Dragão na terceira fase da Copa do Brasil, o São José já retornou aos treinamentos na última semana. Preocupado com a situação, Adson revelou até uma conversa com Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, para tentar sensibilizar o o governador Ronaldo Caiado. Os dois foram companheiros na época de faculdade e são amigos até hoje.
“Me deixa muito aflito. Aqui nós teremos que sensibilizar o Governador porque já vi que o Secretário de Saúde (Ismael Alexandrino) não tem esse bom senso. Eu até pedi ao presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que é um cara fantástico e tem uma boa amizade com o Governador par amostrar que ele pensa igual a mim e que tem os protocolos que são muito sérios. Vamos continuar tentando sensibilizar nosso Prefeito e nosso Governador para que venha uma decisão maior e a gente tenha condição de trabalhar”, destacou.
Por fim, o dirigente ressaltou que a paralisação prejudica o condicionamento dos atletas, que precisarão de um tempo considerável para estarem prontos para entrar em campo. Ele ainda pediu que as autoridades “escutem” o que os clubes têm para falar.
“Depois o São José está lá treinando em alto nível, aí vem a CBF e marca o jogo daqui 15 dias. Esse tempo não dá para preparar atleta parado há mais de dois meses. As pessoas que não entendem de futebol acham que é simples, mas não é assim. O jogador tem qualidade e não consegue jogar porque perdeu massa muscular, ritmo e intensidade de treinamentos. Esses treinos à distância são uma piada, é paliativo. Nós precisamos ser ouvidos”, analisou Adson Batista.