O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) publicou na última segunda-feira (19) um comunicado recomendando que a partir de agora a comissão de arbitragem e os delegados das partidas relatem em súmula atos homofóbicos dentro dos estádios. Em entrevista ao repórter Wellington Campos o Procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, explicou a medida.
“É um conjunto de fatores que tem que ser analisado como em todo julgamento, como em toda atitude contrária à disciplina desportiva, mas é óbvio que uma anotação na súmula já é algo absolutamente significativo para uma denúncia. Um número significativo de torcedores, será analisado caso a caso, o cântico será analisado. Todo o contexto do ato praticado pelo torcedor será analisado pela Procuradoria para deflagrar uma denúncia ou não, e como consequência no julgamento também serão analisados outros fatores para uma condenação ou não”, explicou.
Adson Batista (Foto: Paulo Marcos/Ass ACG)
Por isso, a reportagem das Feras do Kajuru procurou o posicionamento dos clubes goianos no Campeonato Brasileiro. Adson Batista, presidente do Atlético, encara a decisão como uma “situação para algumas pessoas aparecerem”.
“Os problemas no Brasil são muito maiores e eles querem transferir para os clubes. É sensacionalismo demais, hoje você não pode brincar, não pode falar mais nada. Futebol daqui alguns dias vai virar igreja. Como nós vamos educar o mundo? Educar 5 ou 6 mil pessoas é muio difícil. A torcida adversária vai no estádio, entoa gritos homofóbicos e quem vai pagar será a gente? Então eu vejo que são pessoas que muitas vezes ficam no ar-condicionado tomando decisões só para prejudicar os clubes. Os clubes são culpados de tudo. Vejo isso com muita dificuldade e que as pessoas criam essas situações para aparecerem em cima do futebol”, desabafou.
Além da visão como dirigente, Adson também deixou sua impressão como jogador. Zagueiro na época de jogador, ele afirmou que dentro de campo essas ações nunca o incomodaram.
“Eu nem ouvia, não dava moral. O que vale é o atleta estar focado no jogo, ele não está “nem aí” para isso. O problema é que as pessoas estão levando tudo para o lado do sensacionalismo. O Brasil virou o país do sensacionalismo e eu vejo isso de uma forma muito ruim porque o país está dividido. Hoje todo mundo tem uma rede social e emite sua opinião, muitas vezes, que não condiz com a realidade”.
Posicionamento que não mudou quando passou a ser somente torcedor. De acordo com o presidente rubro-negro, xingar nas arquibancadas faz parte do futebol brasileiro.
“Xingava muito e isso é normal, é do brasileiro, é desabafo. Eu sou contra agressão. Acho que o futebol é bonito quando o torcedor respeita o adversário. Sou de uma época em que sentávamos um ao lado do outro com camisa de clubes diferentes. E o Atlético faz isso, trata muito bem os visitantes e não tem esses problemas”, destacou Adson Batista.
Confira as declarações dos presidentes dos clubes goianos a respeito do tema:
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