Dez dias já se passaram desde o duelo Atlético x Goiás no Estádio Antônio Accioly pela penúltima rodada da primeira fase do Campeonato Goiano, mesmo assim o assunto clássico ainda é pauta nas entrevistas. Principalmente quando o assunto é arbitragem.
Prova disso é que o desempenho de Wilton Pereira Sampaio na partida do último dia 17 foi relembrada por Michael e Maurício Barbieri – jogador e técnico de futebol do Goiás Esporte Clube, respectivamente – em entrevista após o jogo de ida das quartas-de-final contra a Aparecidense no último domingo (24).
No entanto, após a goleada e a classificação do Atlético sobre a Anapolina nesta terça-feira (26), Adson Batista elogiou a atuação de Wilton e voltou a provocar o rival esmeraldino.
Adson Batista (Foto: Paulo Marcos/Ass ACG)
“O Goiás tem que preocupar com o time dele e entender que ele tem adversários. É melhor que eles tenham um adversário de nível, que possa competir de igual para igual para que eles cheguem até em um nível melhor no Campeonato Brasileiro. Acho que a gente não pode ficar transferindo responsabilidade, cada um tem que fazer o seu melhor e, em momento nenhum, eu quis jogar pressão sobre o Goiás. Logicamente eu tenho que defender o Atlético e eu já cansei de falar isso, historicamente o Goiás sempre teve erros de arbitragem em seu currículo, sempre foi favorecido, mas é uma situação que não quero ficar polemizando. Esse ano eu não posso reclamar de arbitragem. Todos os nossos jogos foram um nível bom, não sei também se o time tá ajudando. Mas eu quando falei aquilo, falei do passado porque as vezes o árbitro vai apitar jogo do Goiás e se sente um pouco pressionado a e gente quer um árbitro isento como foi o Wilton aqui. Ele apitou bem, teve coragem de enfrentar algumas situações de jogador que quer apitar e ele não deixou. É isso que quero da arbitragem e vou parabenizar sempre, perdendo ou ganhando”, provocou o presidente rubro-negro.
Além de elogiar Wilton Pereira Sampaio, árbitro goiano da FIFA, Adson revelou que não vê necessidade em trazer árbitros de fora do estado para apitar as fases finais do Goianão.
“Não, de maneira nenhuma (preferir árbitro de fora), a nossa arbitragem é de um bom nível. Se você vê aí as duas últimas arbitragens nos jogos do Atlético, tanto do Jefferson Ferreira como do Breno Souza foram boas, de árbitro jovens e promissores. Eu acho que eles têm que apitar desse jeito, sem dar cartão até para ‘espirro’ de jogador e deixar o jogo correr. Eles não ficaram travando o jogo, intimidando jogador e segurou o jogo com sua postura. Eles precisam entender que neste momento os principais atores são os jogadores, apitando o jogo com tranquilidade, sendo firme, mas sem segurar o jogo com cartão”, analisou.
O dirigente analisou também a possibilidade de se ter Árbitro de Vídeo na final do Campeonato Goiano, sendo que o custo ficaria para o clube mandante numa quantia que gira em torno de R$ 50 mil, e elogiou a fórmula de disputa da competição.
“Eu acho que a Federação Goiana de Futebol está em melhores condições que qualquer clube. Eu vou te falar com sinceridade, eu gostei muito da fórmula de disputa. Não estou aqui querendo agradar ninguém, essa é a minha opinião, foi um campeonato muito competitivo porque a fórmula antiga estava muito desgastada. A FGF tem uma melhor condição e ela poderia fazer bonito e bancar o VAR nesses dois jogos da final. Para o Goiás, se ele estiver na final, esse valor não é nem dinheiro, mas para gente é muito dinheiro”, destacou Adson Batista.
Outros assuntos foram abordados com o presidente do Atlético, como reforços, jogo contra o Santos, final no Estádio Antônio Accioly e desempenho do técnico Wagner Lopes. Confira entrevista completa:
O bom momento do Atlético tem te surpreendido?
“É um momento em que todos nós do clube trabalhamos 24h para isso. Eu já passei por tudo no futebol, cabe a nós sabermos manter esse momento, não deixar os atletas em momento nenhum perderem o foco. É um momento muito importante do Atlético, que está em um nível técnico e de concentração muito grande. Os jogadores estão se entregando ao máximo, quem entra dá o máximo, quem sai também e assim estamos fazendo um time muito competitivo. Até a nossa defesa, que era bastante criticada, apresentou um nível fantástico e está bem encaixada. Eu espero que o Atlético possa continuar nessa crescente, vamos buscar reforços pontuais para a Série B porque precisamos de elenco, mas o time nos traz muita esperança de que podemos fazer grandes jogos”.
O Campeonato Paulista está acabando, esses reforços podem vir de São Paulo?
“Nós estamos muito atentos em relação a isso, precisamos de alguns reforços pontuais. Nós estamos acompanhando os campeonatos estaduais e é bem provável que a gente consiga trazer algum jogador desse marcado tão importante”.
Destes reforços que você já trouxe, quem mais te surpreendeu?
“Foi o Matheus. Eu não conhecia o Matheus, contratei através de um material feito no México, um material até pobre. Fiz um contrato de quatro meses e quando deu dois meses, o chamei na sala e renovei. Isso é uma constante, já passei por muita dificuldade de trazer jogador e não dar certo, as nunca acusei o golpe. Sempre procurei o melhor para o Atlético, e se você ver no geral, todos os jogadores que nós trouxemos estão jogando em um nível muito bom”.
Falando do jogo contra o Santos… a venda antecipada de ingressos está te decepcionando?
Para falar a verdade, eu esperava mais. Nós lançamos esse desafio e se a gente não conseguir atingir essa meta do torcedor atleticano comprar 90% dos ingressos, teremos que abrir mais espaço para a torcida do Santos porque a procura é muito grande e nós não podemos jogar uma partida dessa com o estádio vazio”.
A forma como o Atlético está jogando te deixa mais confiante para este duelo importante contra o Santos pela Copa do Brasil?
“Nós estamos confiantes. Estamos num nível de confiança vendo todos os jogadores em um momento muito bom. Agora temos que estar atentos, focados e respeitando nossos adversários. Primeiro vamos esperar nosso adversário da semifinal do Goianão, é um jogo importantíssimo no final de semana e depois, logicamente o jogo mais importante do ano, esperamos fazer uma grande partida”.
No regulamento do Campeonato Goiano está que as semifinais e também as finais entre times da capital devem ser disputadas no Estádio Serra Dourada que ainda não tem laudo. O Atlético quer jogar essas partidas no Estádio Antônio Accioly?
“Nós estamos tranquilos em relação a isso, porque pelo o que eu sei o Serra Dourada está em reforma. Se ele não tem condições, vai ter que jogar cada um em seu estádio. O Atlético tem o seu estádio capaz de fazer qualquer jogo que for necessário, então vamos aguardar essa decisão. O que eu espero é que a gente possa jogar em um estádio que tenha condição, conforto para o torcedor e um nível bom de gramado para que os atletas possam desempenhar o seu melhor”.
Muita gente colocar o Wagner Lopes com uma boa parcela de responsabilidade neste desenvolvimento e bom momento do Atlético. Você concorda?
“Não, eu não concordo. Qual parcela você daria para o Wagner? E os jogadores? Pode trazer o Felipão aqui que, se não tiver jogador, não vai. São todos. É a comissão técnica e os jogadores que merecem e eu não colocaria um na frente do outro porque o treinador é importantíssimo, mas o grupo de jogador é fundamental”.