No sábado (13) os jogadores, membros da comissão técnica e trabalhadores que precisam estar presentes nos treinamentos do time do Atlético passaram pela segunda rodada de exames para a testagem da Covid 19 e, a exemplo da primeira, ocorrida no dia 1º de junho, nenhum dos examinados testou positivo.

O modelo de testagem adotado pelo clube é o sorológico, realizado a partir da coleta de sangue. Nele é checada a condição imunológica do corpo e, a partir dela, diagnosticada a presença ou não do coronavírus. Esta testagem não é realizada em quem já apresenta algum dos sintomas da doença como febre, dor de garganta, coriza, dores pelo corpo e diarreia. Nos que apresentam um só dos sintomas é feito o PCR, que consiste em retirada de secreção da região da nasofaringe. Quando o teste sorológico indica alguma alteração imunológica, o testado também é encaminhado para este segundo modelo de diagnóstico.


Na sexta feira (12) quando foram juntados cinco jogadores da base ao grupo de profissionais, um destes cinco teve indicação na questão imunológica e foi encaminhado para fazer o PCR. Enquanto o resultado não sai, o atleta é mantido em quarentena, numa instalação feita pelo clube, na sua concentração que isola o paciente até a recuperação plena. Isto evita que ele fique misturado aos familiares e contamine outras pessoas. O teste realizado pelo Atlético tem eficiência certificada pela Anvisa, desde que seja feito o controle social prévio, pois o resultado só é confiável, realizado 10 dias antes da manifestação de qualquer sintoma. O grupo atleticano foi trazido para Goiânia 20 dias antes da realização da primeira rodada do exame e a partir dela o controle será feito a cada duas semanas, já que a quarentena é justamente de 14 dias.

Com o resultado, o Atlético segue seu ritmo de treinamentos normal e quando as competições chegarem os atletas estarão devidamente condicionados fisicamente para o exercício da profissão.

Ao determinar o retorno dos atletas do Atlético, 20 dias antes da primeira bateria de exames, época em que ninguém sabia quando os treinamentos seriam autorizados, o presidente Adson Batista mostrou mais uma vez o quanto está à frente da maioria dos dirigentes do futebol goiano. Naquele momento ele já chamou para o clube a responsabilidade do controle da pandemia no seu elenco. Depois, mais uma vez voltou a dar aula de como gerir um clube de futebol que está antenado com o planejamento a seguir para não ser superado pelos adversários.

Quando o São José, do Rio Grande do Sul, adversário do Atlético na próxima fase da Copa do Brasil, num jogo que vale R$ 2 milhões para quem passar de fase, voltou aos treinos, Adson cuidou de sensibilizar as autoridades goianas para que os times goianos que se interessassem, voltassem ao trabalho. No protocolo apresentado para solicitar a autorização, o presidente do Atlético apontava que todas as recomendações contidas no protocolo da CBF seriam rigidamente cumpridas. Procurou o Vila Nova e apresentou o projeto e teve por parte da diretoria do Vila a adesão imediata. Assim, se utilizou de políticos envolvidos com o futebol, principalmente os ligados ao Atlético e Vila Nova, para solicitar ao governador Ronaldo Caiado uma reunião online com os três clubes com sedes na Capital: Atlético, Vila Nova e Goiás (o Goiânia tem sede no Jardim Olímpico, em Aparecida de Goiânia) para que os três pudessem democraticamente votar pelo retorno ao trabalho ou não, após avaliação pelo governador do protocolo para o retorno.

Adson tinha certeza que mesmo que o presidente do Goiás, Marcelo Almeida (que estava com seus jogadores esparramados pelas suas cidades de origem e seu treinador, Ney Franco, nos Estados Unidos) votasse contra, o seu voto, somado ao voto do presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, assegurariam a maioria e o retorno seria autorizado. Não se sabe por quem e nem por que (já que filho feio não tem pai), apareceram na reunião online o presidente da FGF, André Pitta, e o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de Goiás, Marçal Filho, que não administram nenhum clube e não tinham nada a ver com a questão e mesmo assim tiveram direito ao voto. Os votos dos dois, somados ao do Goiás, deram maioria para que o governador não autorizasse o retorno em primeiro de maio. Outra vez Adson mostrou que tem sempre uma carta na manga.

De posse do decreto governamental que dá aos prefeitos o direito de decidir sobre ações em relação a pandemia, pediu ao grupo político que marcou a primeira reunião, para marcar uma segunda, desta vez com o prefeito de Goiânia, já com pauta definida e nesta estabelecendo que só os representantes dos três clubes goianienses pudessem participar. A reunião foi marcada, o Goiás não compareceu e o prefeito Iris Rezende, com toda sua experiência, examinou, junto com as autoridades municipais de saúde, o protocolo e autorizou o retorno. Graças a isto, os clubes puderam trazer para sua responsabilidade o controle da saúde dos seus jogadores evitando que algum seja atingido pelo coronavírus e contamine outras pessoas e dando a eles a condição necessária para jogar futebol, sem o risco de contusões por falta de preparação física.

Neste episódio, mais uma vez, Adson mostra por que, desde sua chegada ao clube, em 2005, o Atlético cresceu tanto.