O inquérito policial do caso da tortura qualificada praticada em crianças por Maria do Carmo Serrano, a dona do Berçário Bebê Feliz, no Parque das Laranjeiras, deverá ser concluído nesta sexta-feira (12).
A irmã de Maria do Carmo, Ana Maria das Graças, que desde agosto trabalhava no estabelecimento e também a funcionária Gisele Cirilo da Silva Santos prestaram depoimento na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA). A titular da DPCA, Adriana Accorsi descreveu o que relatou a irmã da dona do berçário.
“Ela é irmã da acusada. Foi muito sucinta, estava trabalhando com a Maria do Carmo há muito pouco tempo, auxiliando na parte administrativa. Segundo ela, nunca presenciou quaisquer ato de violência dela com as crianças. A irmã da acusada disse também que ficou muito surpresa ao ver as imagens que foram divulgadas.
Segundo Adriana Accorsi, a funcionária Gisele Cirilo, apenas confirmou o que os outros trabalhadores do berçário disseram, ou seja, os maus tratos praticados por Maria do Carmo Serrano. O advogado de defesa, Paulo Carneiro, poderá fazer um pedido de sanidade mental. A titular da DPCA, argumentou esta possibilidade.
“Tanto o depoimento dos pais, como das funcionárias demonstra que se trata de uma pessoa com conhecimento do trabalho educacional com crianças em pedagogia e educação, extremamente calma, serena, tranqüila, nunca ficava nervosa com as situações, inclusive não ficou nervosa com as denuncias e passava muita confiança para os pais de que sabia realmente como cuidar das crianças”, destacou.
Adriana Accorsi declarou ainda que tudo indica também que ela manipulava as versões das crianças para os pais depois das agressões de forma muito fria e calculista, o que demonstra que ela estava em pleno uso das faculdades mentais.
A Delegada descreveu quais serão os próximos passos até a conclusão do inquérito policial. “O inquérito está praticamente concluído, nós vamos terminar de ouvir algumas mães que restam e vamos então elaborar o relatório final da autoridade policial em que é feito um resumo de tudo que foi feito e porque foi feito e então o indiciamento final”, salientou.
Até o momento a delegada Adriana Accorsi, ouviu quase 30 pessoas neste caso. A acusada será indiciada pelo crime de tortura qualificada e a pena poderá ser de 12 anos para cada criança.